Ilha do Fogo: Laboratório para produção de inimigo natural para combate a pragas funcional dentro de um mês – Governo

 O laboratório para produção de inimigos naturais “thricogramma” para combate a pragas na ilha do Fogo estará pronto e a funcionar dentro de um mês, garantiu o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.

O titular da pasta da Agricultura visitou as instalações do laboratório em fase avançado de construção, situado na localidade de Campanas de Baixo, zona norte da ilha do Fogo, acompanhado da representante da FAO em Cabo Verde, que financia o projecto.

As intervenções básicas da sua construção “estão praticamente concluídas” aguardando a chegada de alguns materiais que virão da Cidade da Praia.

Por isso calcula-se que dentro de um mês o laboratório estará em condições de funcionar e, para garantir a sua autonomia, além de ligação a rede de energia pública, terá um gerador de emergência.

Gilberto Silva avançou que com a sua conclusão a ilha passará a dispor de capacidade para multiplicar os inimigos naturais da lagarta de cartucho do milho, uma praga que segundo o mesmo está “a tomar conta do mundo e é perigosa”, porque se alimenta de várias espécies de cultura pelo que é necessário “dar o devido combate”.

Este indicou que os sítios que no ano passado tinham registo da lagarta este ano há pouco registo, graças a utilização de determinadas técnicas e de produtos, observando que o bom resultado deve ser expandido para outras zonas, como utilização de armadilhas para os adultos e dos produtos químicos para o combate, para além do trabalho que se está a fazer para colocação de inimigos naturais.

Com relação à campanha agrícola, já que o objectivo principal é fazer o seu seguimento, Gilberto Silva indicou que por aquilo que viu no primeiro dia da visita à região norte, os resultados são “bem melhores” e que se pode dizer que “o resultado de um bom ano agrícola está praticamente garantido”, não obstante, ajuntou, o surgimento de pragas, designadamente a lagarta de cartucho do milho.

“Temos um bom estado vegetativo de todas as culturas zonas agro florestais onde há a combinação de fruteiras com árvores florestais e cultura de sequeiro e há zonas como Campanas de Cima que tem pouco milho e onde os agricultores apostam nos feijões, tubérculos e raízes que garante melhor rendimento”, disse.

A mesma fonte salientou que pelos dados disponíveis “choveu muito mais este ano, há maior infiltração de água com a recarga de lençol freático”, o que “é muito bom para gestão de água e a agricultura no seu todo”.

Durante a visita, que prossegue hoje, o ministro da Agricultura e a delegação que o acompanha vai constatar o andamento de vários projectos em curso, seja no domínio agrícola, mobilização e distribuição de água aos agricultores, conservação de solo e água e confinamento de animais em currais com a construção de 20 currais de raízes na ilha com a participação dos beneficiários.

Os investimentos rondam os 160 mil contos, alguns em curso, outros na fase de finalização e finalizados e/ou de arranque nos domínios de mobilização de água, conservação de solos e água, plantações de árvores florestais e fruteiras que são importantes para aumento do rendimento das pessoas e para conservação dos recursos naturais.

Alguns dos projectos são financiados pela FAO, como o de instalação do laboratório e o projecto Reflor-CV, que visa a conservação de solos e águas, plantação de essenciais florestais, reforço da capacidade de agricultores e das comunidades em geral na conservação da natureza, razão porque integra a delegação a representante da FAO em Cabo Verde.

Hoje, a delegação ministerial estará nos municípios dos Mosteiros e Santa Catarina para o acompanhamento da evolução da campanha agrícola e dos principais projectos de investimento no Fogo e plantação de árvores.

 

FONTE: INFORPRESS

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