Estudo demostra que 68% dos 30 mil visitantes dos museus de Cabo Verde são turistas – IPC

O estudo de perfil e nível de satisfação dos visitantes dos museus de Cabo Verde evidencia que 68 por cento (%) dos 30 mil visitantes dos museus do País (em 2019) são turistas e apenas 13% são nacionais.

O presente estudo, que será apresentado hoje, foi realizado pela direcção dos Museus do Instituto do Património Cultural (IPC), e abrange sete dos oito museus do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, nomeadamente Museu Etnográfico, Museu de Arqueologia, Museu da Resistência, Museu da Tabanca, Núcleo Museológico Cesária Évora, Museu do Mar e o Museu do Sal.

Em declarações à Inforpress, a directora dos Museus, Ana Samira Baessa, explicou que este estudo visa evidenciar o perfil de quem são os visitantes dos museus e como o avaliam, identificando soluções para reforçar a relação museu/público, visando o cabal cumprimento da sua missão científica educativa e pedagógica.

Por outro lado, informou, a realização deste estudo, enquadra-se numa estratégia de aproximação dos museus ao sector do turismo, reconhecendo o potencial de cada estrutura na diversificação da oferta turística e na singularização do território onde estão inseridos.

“Aliais, o estudo evidencia que 68% dos 30 mil visitantes dos museus de Cabo Verde são turistas. Sabe-se ainda, através deste estudo, que apenas 18% do total dos visitantes dos museus são estudantes e que apenas 13% se refere aos nacionais, independentes dos sistemas de ensino”, apontou.

De acordo com a mesma fonte, o museu mais visitado é o Museu da Resistência, no concelho do Tarrafal, que representa 40% do total das visitas, sendo o público predominante os turistas.

Já o museu menos visitado é o Núcleo Cesária Évora, em São Vicente, que representa apenas 03% do total dos visitantes, embora, assegurou, é o museu mais visitado pelo público nacional.

A faixa etária de frequência aos museus, entre os nacionais, situa-se entre 18 a 24 anos, ou seja, um público em idade escolar.

Segundo o estudo, o público dos museus são indivíduos com elevados níveis de instrução, sendo que em média mais de 75% destes visitantes têm formação a nível superior e ocupação profissional a nível das actividades intelectuais e científicas.

Em termos de satisfação dos visitantes, apontou, o Museu Etnográfico, na cidade da Praia, é o equipamento melhor avaliado onde todos os indicadores mereceram avaliação positiva por mais de 80% dos visitantes, seguido do Museu da Resistência, no Tarrafal, com apreciação positiva a rondar os 75% e sem nenhum aspecto com avaliação negativa.

Porém, o museu menos bem avaliado é o Museu da Tabanca, em Chão de Tanque, no concelho de Santa Catarina, sendo os pontos menos apreciados a localização, a área envolvente, a sinalização, a instalações e o carácter educativo pedagógico dos conteúdos, seguido do Museu de Arqueologia, na cidade da Praia, com mais aspectos negativos identificados.

Tendo em conta os resultados deste estudo e o contexto actual de desenvolvimento das ferramentas de comunicação, Ana Samira Baessa assegurou que um dos desafios dos museus passa pela inovação dos conteúdos.

Isto porque, explicou, os museus mais bem avaliados são aqueles com históricos recentes de melhorias em termos de suportes interpretativos e os menos bem avaliados foram os museus cujos conteúdos são mais estáticos.

“Os resultados deste estudo desafiam os museus a aprimorar a sua capacidade de atrair e fascinar o público, tanto no espaço físico ou virtual com a inovação e interactividade dos conteúdos. Aliás, o reforço dos conteúdos multimédias e a inovação tecnológica corresponde às sugestões mais recorrentes em todos os museus”, acentuou.

Os resultados deste estudo vão permitir ainda o alinhamento das políticas públicos nos domínios dos museus, com vista a dinamizá-los no contexto do desenvolvimento sustentável do país, em particular nos sectores da educação e do turismo.

 

FONTE: INFORPRESS

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