Direitos Humanos: PR ciente de que no país ainda falta muito por cumprir em matéria de direitos económicos, sociais e culturais
O Presidente
da República, Jorge Carlos Fonseca, disse hoje, na Cidade da Praia, que tem
consciência clara de que no país ainda falta muito por cumprir em matéria de
direitos económicos, sociais e culturais.
Jorge Carlos Fonseca fez esta reflexão na sua mensagem alusiva à
comemoração do Dia da Constituição e o Dia Nacional dos Direitos Humanos, que
se assinalam a 25 de Setembro, data instituída pelo Governo por ter sido o dia
da entrada em vigor da Constituição de 1992 que integrou, pela primeira vez, os
Direitos Humanos no texto constitucional.
“Esta comemoração que fazemos todos os anos no dia 25 de Setembro não
resulta propriamente da imposição de uma formalidade legal, mas sim da
necessidade sentida de uma justa homenagem ao que somos e queremos continuar a
ser como País, Estado e Nação”, realçou na sua mensagem apelando a uma vivência
inerente à condição de homens que nascem livres e aspiram sempre viver em
liberdade.
Em Cabo Verde, segundo sublinhou, nenhum interesse do Estado pode ser
invocado para comprimir a dignidade da pessoa humana, pelo contrário, toda a
acção pública deve subordinar-se ao princípio da prevalência da dignidade
humana.
Cumprir a Constituição, realçou, impõe pesadas obrigações ao Estado de
Cabo Verde, nomeadamente a realização das tarefas detalhadamente mencionadas no
artigo 7º.
“Se cada um cumprir o que lhe cabe assumir, podemos realizar uma
sociedade desenvolvida, justa, solidária e inclusiva que nela se encontra
plasmada. E é por isso, também, que a Constituição é um quadro de valores
políticos e morais, veiculando os traços estruturantes do Estado e do nosso
modelo de vida”, acrescentou.
Em matéria de democracia e liberdade (…) asseverou que esta Nação, entre
vários continentes, feita de cruzamento de culturas, forjada em mil
dificuldades e mil vezes renascida com mais resiliência, ela é conhecida e
respeitada no mundo pelo seu percurso, pela honradez das suas gentes e pelo
elevado grau de maturidade democrática das suas instituições.
No entanto, garantiu que igualdade de género, violência com base no
género, protecção adequada à infância, habitação condigna, emprego, remuneração
justa, cuidados de saúde, segurança, inclusão social e pobreza extrema, são
questões que requerem uma maior atenção dos poderes públicos.
“É certo que é impossível separar os direitos económicos, sociais e
culturais do crescimento da economia, do desenvolvimento económico, pois que os
direitos têm custos que devem ser suportados. Mas podemos, com esforço de todos,
ir um pouco mais além, podemos fazer mais caminho sem retorno na concretização
da Constituição de 1992 e crescente afirmação dos direitos fundamentais em Cabo
Verde”, referiu.
Com tudo isso, diz estar a exprimir o sentimento de uma larga maioria
dos cidadãos que se orgulham do que foi feito e do que somos, mas que sustentam
uma certa insatisfação no que respeita às obrigações dos poderes públicos,
centrais e locais, em matéria de direitos económicos, sociais e culturais.
FONTE: INFORPRESS