Representante das Nações Unidas apela ao aceleramento da igualdade de género na ambição 2030
A
coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde apelou hoje
ao aceleramento a nível da igualdade de género, sendo que é uma das prioridades
globais que também reflecte na ambição 2030 do País.
O repto foi lançado por Ana Patrícia Graça, no seu discurso de abertura
do Fórum Internacional “Cabo Verde Ambição 2030”, que decorre de 28 a 29 deste
mês na cidade da Praia.
Considerou que a agenda de desenvolvimento estratégico para Cabo Verde
está, uma vez mais, inteiramente alinhada com as prioridades identificadas
pelas Nações Unidas (NU) em quatro grandes áreas nomeadamente no combate à
mudança climática, a pobreza e desigualdade, a justiça e direitos humanos e a
igualdade de género.
“É cada vez mais premente, e as NU volta a fazer um apelo global para
acelerar a igualdade de género, 25 anos após a adopção da plataforma da acção
de Pequim registamos progresso ainda muito lentos, sendo que a igualdade de
género e o empoderamento da juventude são prioridades globais bem reflectidas
na ambição 2030”, referiu.
A nível das mudanças climáticas que tem afectado sistematicamente o
país, a organização apela para maior resiliência, uma transição mais rápida
para as energias renováveis, reflorestar, pensar as cidades, reforçar sistemas
de agricultura e pesca sustentáveis.
Segundo a coordenadora, a interligação entre o clima, ambiente e
economia é cada vez mais notório, e Cabo Verde tem um enorme potencial na sua
biodiversidade, economia azul e verde.
Em relação à pobreza e desigualdade, realçou que o País tem tido ganhos
nos últimos anos, mais sublinhou que é “importante” reforçar sinergias,
coordenação e mais solidariedade para que possam continuar a apoiar no
investimento contÍnuo nos serviços de saúde, educação de qualidade, protecção
dos mais vulneráveis bem como no acesso as tecnologias digitais para todos.
“A terceira área priorizada pelas Nações Unidas para esta década da
acção é a justiça e os direitos humanos estão no coração da ambição 2030
através do conceito integrado de segurança humana, e é importante continuar a
apoiar este objectivo para que o estado seja garante proactivo dos direitos
políticos, económico e sociais de toda a população”, referir.
Por outro lado, lembrou que a pandemia da covid-19 que trouxe para a
ribalta a vulnerabilidade dos seres humanos pode levar entre 70 a 100 milhões
de pessoas a cair na extrema pobreza à medida que aumentam as desigualdades
entre os países e dentro dos países.
Numa altura em que os países definem estratégias para recuperar da
pandemia, defendeu que é urgente perceber o impacto desta crise nos mais pobres
e mais vulneráveis e reforçar a sua protecção a todos os níveis, realçando que
Cabo Verde tem estado a trabalhar para este efeito e respondido de imediato as
necessidades das populações.
“A covid-19 é sem dúvida a maior crise humana que o mundo atravessa, com
impacto terrível em todos os países e mormente nos pequenos estados insulares
como Cabo Verde. Felizmente também assistimos a novas alianças, novas parcerias
inovação sem precedentes, que sem o reforço desta cooperação e união global
nenhum país conseguira fazer face a esta crise, e muito menos pequenos estados
insulares como Cabo Verde”, mencionou.
Durante o fórum, vai ser realizada uma sessão plenária com vários temas
designadamente “Recuperação, estabilização, diversificação e aceleração
económico”, “Desenvolvimento do capital humano” e “Investigação, resiliência,
gestão do território e desenvolvimento sustentável”.
O fórum servirá também de mote para a aprovação da Agenda Estratégica de
Desenvolvimento Sustentável de Cabo Verde, documento que está alinhado com os
Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pelas Nações Unidas,
que apelam a 10 anos de compromissos e entrega totais para que se consiga
atingir a meta.
FONTE: INFORPRESS