Covid-19: Situação do País será “bem mais difícil” em 2021 se não for alterado o quadro actual – PR
O
presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, perspectivou hoje que a situação
economia e social do país em 2021 será ainda “bem mais difícil” do que em 2020,
se não for alterado o quadro actual.
O chefe de Estado fez esta consideração à imprensa no final da reunião
do conselho da República, órgão político de consulta do Presidente da
República, que esteve reunida, por mais de seis horas, com a situação
epidemiológica do país, no tocante à saúde, a economia e a educação, em
análise.
Na segunda e terceira parte desta reunião, o conselho ouviu o
vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, sobre a situação
da economia do País e a ministra da Educação, Maritza Rosabal, sobre o arranque
do novo ano lectivo.
A nível das finanças, informou que há uma perda, em 2020, em cerca de
seis milhões de contos, que representa 30 por cento das receitas, prevê-se a
duplicação do desemprego, a dívida externa caminhada para os 140 % do PIB, o
que reduz a margem do País para se endividar, enquanto o tecido empresarial
está “muito fragilizado”.
“A perspectiva é que não alterando este quadro, 2021 será um ano ainda
bem mais difícil do que o ano de 2020. O senhor ministro utilizou uma linguagem
muito crua, quando eu lhe perguntei se esse cenário é complicado, difícil,
quais serão as saídas e a resposta que ele deu é que a solução está no
desconfinar”, disse, ajuntado que outra decisão é reabrir as fronteiras, apesar
de ser uma decisão unilateral.
Com a situação complicada a nível do País, Jorge Carlos Fonseca advertiu
que é necessário recuar nos números da propagação da epidemia para que o
arquipélago possa voltar a abrir as suas fronteiras e receber o turismo.
O conselho defendeu ainda o prolongamento do ‘lay off’ até ao fim do ano
e a continuação das moratórias para beneficiar as empresas.
O conselho quis saber junto da ministra da Educação sobre a decisão do
adiamento do início do novo ano lectivo na cidade da Praia.
“Quisemos saber porque adiar o início das aulas presenciais apenas
na Praia, quisemos saber se há regras claras relativamente ao que iria
acontecer em caso de haver problemas de contágio de alunos numa sala de aula e
quisemos saber dados sobre a situação das escolas por cada concelho”, elencou as
preocupações do conselho.
Meios disponíveis para aulas online, divisão das turmas, riscos e
prejuízos causados por ter alunos fora do espaço escolar, criação de plano
alternativo na cidade da Praia, foram algumas questões analisadas durante este
encontro.
Instado sobre se um novo estado de emergência esteve em análise, Jorge
Carlos Fonseca disse que o estado de emergência “valeu a pena” no momento em
que o vírus era “totalmente desconhecido” e numa altura em que o serviço de
saúde não estava preparado para lidar com uma eventual propagação.
“Creio que, neste momento, sobretudo, tendo em atenção o conhecimento
que temos do vírus e da conivência com ele e o impacto terrível da epidemia no
tecido económico, a sobrevivência da economia do País, a questão do emprego,
nós temos que ser inteligentes, criativos, vigilantes, determinados na luta
contra o vírus, mas temos de compatibilizar essa luta com o reforço da retoma
da actividade económica essencial”, afirmou o Presidente.
FONTE: INFORPRESS