PR defende envolvimento do sector público e privado na implementação da Ambição Cabo Verde 2030
O
Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, considerou hoje que a
materialização da Ambição Cabo Verde 2030 exige uma ampla participação dos
actores do sector público e privado, bem como do sector das organizações sem
fins lucrativos.
Ao discursar no encerramento do Fórum Internacional Cabo Verde Ambição
2030, que teve lugar na Assembleia Nacional, na Cidade da Praia, o chefe do
Estado defendeu um maior envolvimento da sociedade e uma partilha de
responsabilidade entre o Estado e a sociedade nessa implementação.
“Esta cooperação gera e consolida a confiança entre decisões políticos e
a sociedade deixando o Estado de ser um instrumento na realização dos
objectivos para se assumir, em parceria com os actores sociais, como
co-organizador da sociedade para a materialização do bem-comum”, afirmou.
Para o Presidente, em momentos difíceis como este, derivado da covid-19,
é preciso envidar esforços para transformar uma “situação trágica” numa
“oportunidade única” para repensar a estratégica de desenvolvimento, reavaliar
os métodos e metas e reforçar os mecanismos contra as vulnerabilidades
económicas e sociais.
Jorge Carlos Fonseca, que considerou que está agenda poderá imprimir
“profundas transformações”, que colocarão o País numa determinada rota de
desenvolvimento, advogou que o tempo de vida, a longevidade e o valor desta
ambição não podem depender do ciclo eleitoral.
Isto porque, justificou, se gasta recursos, tempos e milhões de escudos,
que, havendo consenso na sociedade, não serão desperdiçados.
“Um amplo consenso, diria até, um contrato social, será preciso para
que, seja qual for a natureza da agenda de desenvolvimento, a sua viabilidade e
exequibilidade não dependam das mudanças do Governo”, advertiu o chefe de
Estado.
De igual modo, ajuntou, será preciso encetar esforços e executar medidas
preventivas para que não ocorra a “síndrome de Cinderela” durante a fase de
execução dos programas e projectos da Ambição Cabo Verde 2030.
Isto é, sugeriu, durante o período de vigência da Ambição 2030 há que
ter uma “visão, clara, realista de onde estamos, de onde deveríamos estar e
onde queremos chegar”.
Ainda, sublinhou, é preciso perguntar em todas as fases “quem está a
ganhar e quem está a perder” com políticas e estratégias adoptadas no âmbito
desta agenda.
Por agora, segundo Jorge Carlos Fonseca, há que questionar se está
ambição, aprovada com 30 compromissos para o desenvolvimento sustentável, é
promotora de um desenvolvimento que conduz à “melhoria sustentada da qualidade
de vida dos cidadãos, incluindo os mais carenciados”.
Contudo, o Presidente da República espera que esta agenda tenha a
“flexibilidade” necessária para incorporar os ajustamentos que se provarão
necessários e, quiçá, “indispensáveis” para se fazer face a fenómenos naturais,
económicos e até sociais.
Jorge Carlos Fonseca almeja que esta agenda venha pôr a educação dos
jovens no centro das atenções, que crie políticas propícia à emergência de
empregos duradouras e remunerações incentivadoras, que desencoraje a emigração
dos quadros deste País.
“Estes são, na verdade, a condição necessária para que a recuperação
económica e a consequente aceleração do crescimento do produto interno bruto
sejam possíveis”, frisou.
O Fórum Internacional Cabo Verde Ambição 2030, realizado pelo Governo, terminou
hoje com a declaração de 30 compromisso para o desenvolvimento sustentável.
FONTE: INFORPRESS