Covid-19: Estudantes cabo-verdianos da China preocupados com o regresso ao país de estudo
Os
estudantes cabo-verdianos da China mostram-se preocupados por não terem ainda
nenhuma indicação sobre quando é que vão regressar ao país de estudo, já que as
aulas presenciais naquele país asiático retomaram no dia 31 de Agosto.
Devido à pandemia provocada pela covid-19, que teve origem na cidade de
Wuhan na China, vários estudantes cabo-verdianos regressaram ao País, mas agora
que a coisas “se acalmaram” naquele país, inclusive com a retoma das aulas
presenciais há um mês, sentem-se “angustiados por não saberem o dia do
regresso”.
Em declaração à Inforpress, a estudante da universidade Huazhong
University of Science and Tecnology, Tongji Medical School, da cidade de Wuhan,
Djessica Fortes, afirmou que já se nota que as coisas estão voltando ao normal,
aos poucos, mas nada se sabe do dia do regresso, tanto que os seus vistos estão
suspensos.
“As aulas presenciais foram retomadas desde o dia 31 de Agosto e não se
sabe nada ainda sobre o regresso, pois não depende só da escola, já que o
governo chinês decretou a lei de suspensão de vistos no mês de Março”, disse a
aluna natural da ilha de São Nicolau, informando que quem consegue entrar
naquele país asiático, são as pessoas que obtiveram o visto depois de 28 de
Março e as que têm visto de negócio”.
Para Djessica, a situação está sendo “extremamente difícil”, uma vez que
não se sabe a “consequência no futuro”, mas, conforme adiantou, já se sentem
prejudicados, já que a parte “mais importante”, que é a prática, não conseguem
acompanhar.
“Todas as aulas práticas do semestre passado estão sendo repostas de
novo e vão avançando com as do novo semestre, ou seja, estão a avançar nas
aulas de laboratório que não têm como serem online” realçou a estudante de
medicina.
Por sua vez a aluna Nueva Tavares da Universidade de Beihua, na cidade
Jilin, constatou que suas aulas iniciaram no mês de Agosto e vem acompanhando
pelas plataformas digitais, pelo que, segundo ela, tem sido um “grande desafio”
por causa do fuso horário, pois passa a noite inteira acordada.
Nueva, natural da ilha do Fogo, avançou que estuda Estomatologia
Natural, e as aulas de laboratórios exigem uma interação diferente das aulas
teóricas, tendo em conta que ali vão praticar o que se aprende.
Contudo, salientou que com as aulas online isto “não é possível”,
limitando na “desenvoltura das habilidades” e prejudicando nas competências
específicas, deixando-lhes em desvantagem em relação aos alunos que se
encontram na universidade.
Em relação ao visto, a estudante de Estomatologia Natural adiantou que
neste momento encontra-se suspenso, pelo que está a aguardar uma notificação
por parte da Embaixada da China em Cabo Verde.
Por enquanto, disse que não recebeu nenhuma informação em relação à data
de regresso o que considera “preocupante”.
Já Cláudio Lobo, natural da ilha de Santiago, estudante de Engenharia
Industrial da Universidade de Jinan, afirmou que se sente um “pouco
desorientado”, porque estava prestes a terminar o curso.
“Sinto que ainda há algo por terminar e sabendo que os colegas já estão
a ter aulas presenciais na universidade, sinto-me mais ansioso e há uma pequena
sensação de ter sido deixado para trás”, disse o estudante de Engenharia
Industrial, adiantando que tem “muita fé” de que irá terminar os seus estudos.
“O problema é que o tempo não perdoa e temos que encontrar outras
soluções”, afirmou, assegurando que já levou essas questões à professora
encarregada dos estudantes de Cabo Verde na Universidade Jinan, que garantiam
que iriam resolver a “maioria dos problemas” quando a situação da pandemia
melhorar.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de
33,4 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo o último balanço
feito pela agência francesa AFP.
Cabo Verde, segundo a última actualização de covid-19, contabiliza 611
casos activos, 5.228 casos recuperados, 59 óbitos e 2 transferidos, perfazendo
um total de 5.900 casos positivos acumulados.
FONTE: INFORPRESS