Turismo Cultural: Plano estratégico 2020/2030 traz orientações para desenvolvimento do sector no País – IPC

O Plano Estratégico do Turismo Cultural 2020/2030 vai delinear as estratégias para o desenvolvimento do turismo cultural em Cabo Verde, procurando conciliar a demanda turística com a valorização do lugar histórico cultural, afirmou hoje fonte do IPC.

A afirmação foi feita pelo técnico do Instituto do Património Cultural (IPC), Humberto Lima, responsável pela elaboração deste plano, que em declarações à Inforpress reconheceu que as potencialidades do País a nível cultural e patrimonial não têm sido “bem aproveitadas”.

O turismo, defendeu, é um dos principais pilares para o desenvolvimento de Cabo Verde, por isso há que aproveitar o facto de Cabo Verde ser uma “novidade lá fora” para divulgar ainda mais a riqueza do património cultural e patrimonial do arquipélago.

Foi pensando neste aproveitamento que o IPC, em parceria com o Ministério do Turismo, a Direcção Nacional do Ambiente, os operadores turísticos e culturais, elaborou este plano para que os turistas que chegam a Cabo Verde tenham acesso a toda a riqueza cultural do arquipélago.

Este plano que está sendo socializado com os diferentes atores, segundo a mesma fonte, tem como objectivo identificar em todos os concelhos o património cultural imaterial suscetível de serem apresentados como atracção turística.

Com este plano pretendem analisar a dinâmica do turismo cultural em Cabo Verde, propor estratégias para o desenvolvimento sustentável das ilhas, através de uma aposta no turismo cultural, ou seja, valorizar tudo aquilo que as ilhas, as localidades, as populações têm de melhor para oferecer aos turistas.

“Visa ainda conhecer o perfil do turista cultural, porque não vale a pena somente fazer o inventário e propor estratégias. É importante saber quem é o turista que visita Cabo Verde, qual é o seu perfil, quais são os interesses desses turistas para que possamos a partir de ali criar rotas a nível da ilha, do município e da própria localidade onde podemos encontrar essa riqueza cultural e patrimonial”, afirmou.

Promover o acesso e usufruto dos bens culturais móveis e imóveis, evidenciar as potencialidades para o empreendedorismo no sector turístico cultural, propor estratégias para a promoção do País, enquanto destino cultural, orientar novas políticas para o desenvolvimento do turismo cultural, elaborar roteiros, atestar o contributo do turismo cultural para a coesão social e igualdade do género e empoderamento das famílias são outros objectivos específicos deste plano.

Além de focar nos turistas internacionais, este projecto irá contemplar o turismo interno, isto é, irá propor estratégias para que o turista nacional possa conhecer o seu próprio país.

Segundo este técnico, este plano servirá de orientações para os operadores turísticos e culturais, mas também servirá de base para que as autoridades locais possam elaborar políticas do turismo cultural nacional.

“A ideia é fazer com que os equipamentos culturais que existem em Cabo Verde sejam aproveitados da melhor forma, nomeadamente os museus, os sítios patrimoniais, os bens classificados como Património Nacional e da Humanidade”, disse, sublinhando que vão criar estratégias para promover o turismo religioso.

Humberto Lima informou ainda que os bens que não estão referenciados a nível do património imaterial e material, mas que estão a surgir como atractivos turísticos a nível cultural, irão ser enquadrados como novas ofertas culturais para fins turísticos, como é o caso das artes performativas e os diversos festivais que são realizados no País.

No âmbito deste plano, Humberto Lima informou que já está em acção um estudo-diagnóstico de “valorização do patrimônio cultural no âmbito turístico na região Santiago Norte”, financiado pela Cooperação Canárias em Cabo Verde.

Com este estudo foi possível fazer um inventário e referenciação de todas as potencialidades turísticas culturais para oferta turística e foi criado rotas disponibilizado em suporte digital para orientar os turistas na sua visita ao interior da ilha de Santiago.

Informou ainda que foi constituída uma equipa pluridisciplinar para dar seguimento a este plano, cujo financiamento de 3.400 contos, por parte do Ministério do Turismo, está condicionado devido à pandemia de covid-19.

Para a sua cabal materialização, esperam contar com o envolvimento de todos os fazedores da cultura, das autarquias, das organizações não-governamentais, para que o património cultural seja “bem aproveitado” na divulgação do turismo, tanto internacional como nacional.

O Plano Estratégico do Turismo Cultural 2020/2030 tem como suporte todo o documento produzido pelo Governo para o sector, isto é, desde o programa do Governo, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável 2017/2021, entre outros.

 

 

FONTE: INFORPRESS

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