CPLP: Ministro defende financiamento de um fundo para mobilidade dos artistas

O Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas defendeu hoje o financiamento de um fundo para a mobilidade dos artistas e promoção internacional, e um outro para a valorização dos espólios ligados aos museus, arquivos e formação contínua.

Abraão Vicente, que falava na abertura da 1.ª sessão do ciclo de diálogos sobre “As indústrias culturais e criativas na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): o sector audiovisual”, lembrou que perante o cenário da covid-19 os desafios da comunidade tornaram-se gigantescos.

Apesar do contexto actual que afectou vários sectores sobretudo o cultural, o governante mostrou-se confiante de que a comunidade sairá mais forte e vencedora no período pós covid-19 se apostar na cultura, nas indústrias criativas e no valor humano, no conhecimento se vingue e torne de facto naquilo que é a pedra basilar da comunidade que é pessoas e conhecimento.

Para tal, defendeu que é fundamental que a CPLP tenha a consciência que é preciso um investimento financeiro para o sector para que a comunidade possa ter o mercado comum das indústrias criativas.

No seu entender, para construir este mercado é necessário ter um fundo comum que financie a mobilidade, facilite a mobilidade através de isenção de vistos para criativos e empresários ligados à produção e promoção das artes da cultura e das indústrias criativas.

Por outro lado, é fundamental promover um fundo comum para o financiamento não só das deslocações e da promoção internacional, mas também para a valorização dos espólios nacionais ligados aos museus, arquivos, a formação permanente dos quadros.

“O segundo ponto, gostaria de pontuar a enorme diferença ainda existente entre os países, apesar de sermos uma comunidade os países ainda navegam em quadros jurídicos e perspectivas do desenvolvimento do sector da cultura que são completamente díspares. Temos o caso do Brasil por pertencer ao mercado que pertence e Portugal por fazer parte da UE”, referiu.

Para o ministro, os PALOP terão de ter uma política diferenciada para que os países africanos de língua portuguesa valorizem não só aquilo que é a sua produção, mas possam ter acesso à produção dos outros países.

“O início do mercado comum para as artes, cultura e indústrias criativas passa sem dúvida pela facilitação e ligação entre os PALOP e o reconhecimento do esforço que ainda existe para nós alcançamos e termos acesso naquilo que são condições de países como Portugal ou Brasil têm”, defendeu.

Na ocasião, lembrou que até ao momento nenhuma das organizações multilaterais africanas criaram um pacote de recuperação económico pós covid-19, muito menos para o sector da cultura, que, segundo o governante, foi o primeiro a fechar e será o último a abrir.

Abrão Vicente reconheceu que os desafios da comunidade mantém-se e com a covid-19 tornaram-se ainda maiores, e sublinhou que a mesma passa pelo reforço institucional, construção de um quadro jurídico que permita a todos terem a mesma perspectiva contra os direitos do autor, o maior enquadramento e integração nas organizações multilaterais e ter posicionamento pragmático de financiamento para o sector da cultura.

 

 

FONTE: INFORPRESS

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