Dia Mundial do Habitat: ONU-Habitat assinala efeméride com enfoque no direito à habitação no contexto da Covid-19
O Programa das
Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) promove hoje um
conjunto de eventos ‘online’ para assinalar o Dia Mundial do Habitat, com
enfoque no direito à habitação no contexto da pandemia.
Segundo uma nota de imprensa enviada à Inforpress, este ano as acções
resultam da associação do ONU Habitat Brasil e os Escritórios do ONU-Habitat
dos países da África Lusófona (Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e
São Tomé e Príncipe), com temas para estimular o debate e a reflexão a volta do
desenvolvimento urbano.
Este ano, sob o lema “Habitação para todas e todos, um futuro urbano
melhor” com um conjunto de eventos ‘online’ promovido pelo ONU-Habitat, a
efeméride abordará o direito à habitação, sobretudo, no contexto desta pandemia
do novo coronavírus, “onde a casa se tornou um direito imprescindível”.
Segundo uma nota conceitual da Onu-Habitat, a habitação é um direito
humano “fundamental”, mas a disseminação da covid-19 tem ganhado destaque por
“aprofundar a crise habitacional global pré-existente”.
As pessoas que vivem em condições habitacionais “inadequadas”, como em
favelas, bairros de lata, caniços e outros tipos de assentamentos informais, de
acordo com a mesma fonte, são as mais atingidas durante a crise da covid-19.
Neste sentido, o Dia Mundial do Habitat 2020 será uma oportunidade de
discutirem a nível global sobre o impacto transformador da covid-19 no sector
de habitação e de como explorar melhores formas de construir as sociedades, potencializando
o papel da habitação como catalisador para a progressiva garantia dos direitos
humanos e como uma base para o bem-estar das pessoas.
As questões relativas à habitação, sublinhou, devem estar no centro do
desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo.
“O Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 11 visa cidades resilientes,
inclusivas, seguras e diversificadas até 2030 e uma das metas é garantir o
acesso à habitação e serviços básicos adequados, seguros e a economicamente
acessíveis para todos até 2030, acompanhados pela urbanização de favelas”,
lê-se na nota.
A mesma fonte defendeu que os governos precisam reformular políticas,
estratégias e legislações para diversificar soluções habitacionais para todos e
respeitar, proteger e garantir os direitos humanos nas cidades.
Por sua vez, acrescenta a nota, as organizações não-governamentais devem
ajudar a fortalecer as comunidades e garantir que os governos implementem uma
agenda inclusiva, enquanto as comunidades devem ser capacitadas para participar
na elaboração da agenda global de “habitação para todos e todas” nos países,
cidades e assentamentos ao redor do mundo.
Para assinalar a data, a ONU-Habitat realiza hoje uma aula magna com a
participação da Ordem dos Arquitectos de Cabo Verde.
Está prevista ainda a realização de um fórum técnico, que irá acontecer
todas as sextas-feiras deste mês, com início no dia 16, sob o tema “Políticas e
Financiamento da Urbanização”, em que o Ministério das Infra-estruturas e
Ordenamento do Território e Habitação apresentará as duas políticas urbanas de
Cabo Verde, juntamente com Angola.
“Várias pessoas individuais, organizações públicas e da sociedade civil
vão participar com eventos por eles promovidos no Circuito Urbano (fóruns
locais de debate à volta dos problemas das cidades pós covid-19). E o caso da
Fundação Smart City e a empresa pública Infra-estruturas de Cabo Verde”, lê-se
na nota.
Para além da celebração do Dia Mundial do Habitat, a ONU-Habitat
assinala no próximo dia 31 o Dia Mundial das Cidades em que o foco dos debates
será na “Valorizando nossas comunidades e cidades”.
FONTE: INFORPRESS