Dia Mundial dos Professores: SINDPROF pede maior valorização da classe docente no país
O
Sindicato Democrático de Professores (SINDPROF) pediu hoje uma maior
valorização da classe docente no país, apontando a “importante missão” que os
professores desempenham para o desenvolvimento económico e social.
A posição foi defendida à Inforpress, pela presidente do SINDPROF, Lígia
Herbert, a propósito do Dia Mundial dos Professores, que se assinala nesta
segunda-feira, 05 de Outubro.
A responsável começou por dizer que para o sindicato, a comemoração
desta data “tem passado um tanto ao quanto despercebida” em Cabo Verde, sendo
realizada uma outra ou actividade.
Realçou que é preciso ter atenção para esta data, porque, explicou, há
medidas tomadas pela UNESCO que são precisas que Cabo Verde as siga,
“literalmente, na intriga”.
Conforme apontou, a agenda da UNESCO, até 2030, fala que a comunidade
internacional se compromete com os objectivos da educação para todos, do ensino
básico ao secundário.
Na sua opinião Cabo Verde tem tentado fazer isso, inclusive na questão
da isenção das propinas e o apoio da FICASE.
Entretanto, o SINDPROF não entende esta isenção da propina como
gratuitidade do ensino, porque, explicou, para que possa ser gratuito o aluno
não pode comprar nada, ou seja, na realidade do arquipélago, os alunos compram
fotocópias, não há manuais, pagam papel de prova, adquirem várias materiais
através do bolso financeiro dos pais.
“Nós continuamos a ver que o professor está aquém do desejado, as
crianças, jovens e adolescentes devem ter um ensino de qualidade, e para que
seja de qualidade é preciso que o professor tenha formação adequada e apoio
eficaz que lhes permitam responder às necessidades de todos os alunos”, frisou.
Perante esta situação epidemiológica, considerou que é preciso
estratégias eficazes para que não haja e nem se verifique marginalização de
nenhuma criança, valorizando mais os professores, uma vez que esta classe
desempenha um papel fundamental na sociedade.
“Nós queremos chamar a atenção sobre a valorização da classe e a
sociedade não a valorizou ainda como se deseja e se quer atingir”, assinalou,
sustentando que essa valorização deve vir do Ministério da Educação para o
exterior.
Instado sobre os direitos dos professores, Lígia Herbert revelou que alguns
estão a ser atropelados, principalmente no que tange aos estatutos.
De acordo com a mesma fonte, o estatuto de 2004 dava garantia do
subsídio para a não redução da carga horária, neste momento “o estatuto de
2015, sem regulamentação, lesa os direitos do professor”.
O mais gritante, ressaltou, são professores que já trabalham sem redução
de carga horária e com direito para levarem à reforma os subsídio desse
instrumento, mas é-lhes atropelado” esse direito, enquanto nas outras classes
não se verifica, outros profissionais levam esse direito”, contestou.
Segundo a sindicalista, há professores estagnados, sem transição, sem
reclassificação e barrados na carreira.
Contudo, o SIDNPROF pediu aos professores de Cabo Verde e do mundo que não
desistam desta “nobre missão”.
FONTE: INFORPRESS