Covid-19/Ilha do Sal: Pais e encarregados de educação anteveem um ano lectivo “stressante”
Pais e
encarregados de educação, no Sal, anteveem um ano lectivo “stressante desejando
aos docentes “muita força psicológica e controlo emocional” para ministrar as
aulas neste contexto de pandemia da covid-19.
Abordados pela Inforpress sobre as perspectivas do novo ano lectivo
2020/2021, cujas aulas tiveram início no dia 01 de Outubro, a maioria dos pais
e encarregados de educação considera que a conjuntura, a nível global, não é
favorável para o reinício normal das aulas, mormente num país como Cabo Verde
com escassez de recursos para fazer face à pandemia.
Neste sentido, apontam que uma das principais preocupações tem a ver com
a falta de espaço nas escolas, quando o distanciamento social se impõe como
regra para proteger uns e outros, o que obriga, analisaram, à readaptação e
reorganização das salas, dividindo-se as turmas em dois turnos, de modo aos
alunos terem menos tempo de aula, e permitir a distância na sala entre eles.
Luís Eduardo, pai de uma criança do ensino básico, entende que neste
nível de ensino, onde há crianças, que por sua natureza não ficam quietas, esse
distanciamento quase que se mostra impossível, dado à idade, às características
dos meninos nessa fase de crescimento.
“Até que ponto isso pode representar um risco, não só pela saúde da
criança em si, mas também do próprio professor. Antevejo um ano stressante.
Espero que os professores tenham muita força psicológica e controlo emocional
para ministrar as suas aulas porque o contexto, deveras, não é favorável”,
exteriorizou.
Também Helena Silva, na qualidade de encarregada de educação disse
encarar esse novo ano lectivo com alguma apreensão, esperando, entretanto, que
seja um ano de sucesso, embora calcule que o nível de aproveitamento dos alunos,
em particular, vai ser muito baixo.
“Muita coisa tem sido feita para preparar o professor e encarar essa
nova conjuntura. Mas, por se tratar de um fenómeno novo, acho que esse novo ano
lectivo, atípico, vai ser stressante, tanto para os pais, professores e alunos,
e com um nível de aproveitamento muito baixo”, ponderou.
Admitindo que a implementação das aulas à distância é um esforço que
está sendo feito, uns e outros entendem, todavia, que vai se ficar “muito
aquém” do alvo que se pretende alcançar, já que serão aulas com “muitas
lacunas”.
A delegada da Educação, local, Márcia Graça disse hoje que os primeiros
dias de aula, nesse “novo normal”, decorreram bem, não obstante alguma
estranheza na questão de restrição do número de pessoas no acesso ao recinto
escolar, o que provocou alguma insatisfação por parte dos pais.
“Notamos algum desagrado nos pais e encarregados de educação, mas são
orientações que devemos cumprir. Acreditamos que ao longo das semanas as coisas
vão se fluindo melhor. Todas as escolas funcionaram com cumprimento das regras
sanitárias”, sublinhou, destacando o apoio das instituições envolvidas,
polícia, militares, Protecção Civil e Cruz Vermelha.
FONTE: INFORPRESS