Fogo: Autarca alerta que escassez de inertes está a paralisar o sector de construção civil e a aumentar o desemprego
A
escassez de inertes, sobretudo areia, está a paralisar o sector da construção
civil e a aumentar a taxa de desemprego na ilha, alertou hoje o presidente da
câmara dos Mosteiros, Carlos Fernandinho Teixeira.
E declarações à Inforpress, Fernandinho Teixeira explicou que com a
interdição da apanha de areia na praia de Fonte Bila (São Filipe), por ser uma
das praias de desova de tartarugas marinhas, e com a proibição de extracção de
inertes nas dunas existentes nas proximidades da estância balnear de Salinas,
numa propriedade privada, o sector de construção civil está a ressentir-se com
a falta deste material de construção e há, neste momento, várias obras paradas
e muitos chefes de famílias desempregados.
A título de exemplo, o autarca apontou que no município dos Mosteiros,
uma carrinha (Dina) de areia é comercializada a “preço proibitivo” de 30 mil
escudos, o que torna, segundo o mesmo, a construção insustentável.
Com a interdição da apanha de areia nas praias de desova, este esperava
que a Direcção Nacional do Ambiente (DNA) autorizasse os proprietários de um
prédio rústico situado nas proximidades da estância balnear de Salinas, zona
norte de São Filipe, a explorar e comercializar areia das dunas de Salinas,
resolvendo o problema de falta de inertes para a construção civil e criando
rendimento para os proprietários.
Carlos Fernandinho Teixeira apela às autoridades nacionais a encontrar
uma alternativa, o mais rápido possível, para que o sector da construção civil
possa revitalizar-se com a retoma das obras e com a criação de emprego para
vários chefes de famílias.
A apanha da área nas praias está suspensa há vários meses e o pedido de
autorização de exploração de areia nas dunas de Salina foi rejeitado no passado
mês de Setembro, porque o pedido não estava acompanhado do estudo de impacte
ambiental devidamente avaliado e homologado.
Por outro lado, o governo decidiu autorizar a exploração de areia por
dragagem em todo o território nacional para abastecimento do mercado com stock
suficiente, de forma a eliminar a sua exploração nas praias e dunas, ma ainda a
nível da ilha o problema persiste.
FONTE: INFORPRESS