Presidente da República diz que inauguração da UTA representa “um aprofundamento” no sistema de ensino superior

O Presidente da República considerou hoje, no Mindelo, que a inauguração da Universidade Técnica do Atlântico (UTA) afigura-se como “um aprofundamento” no sistema de ensino superior do País, na sua especialização e universalização.

Isto porque vai oferecer uma educação que se deseja de qualidade e acessível a todos, reforçou Jorge Carlos Fonseca, na tarde de hoje, no seu discurso oficial de inauguração da semana académica na UTA, em São Vicente.

Espera-se de uma universidade técnica, di-lo a mesma fonte, que ela procure estabelecer o diálogo com a sociedade, partilhando os resultados obtidos, nos seus trabalhos, para um fim comum, qual seja um projecto de cidadania e de desenvolvimento harmonioso.

O Presidente da Republica classificou, por isso, de memorável o dia de hoje, em que Cabo Verde e São Vicente vêm nascer mais um espaço vocacionado para “construir o conhecimento, ampliar horizontes, perscrutar dúvidas e estimular a criatividade”.

“A entrada em funcionamento da UTA é mais um passo que se dá, um passo bastante largo e ambicioso, bem entendido, nessa senda do aprofundamento da sociedade do conhecimento”, declarou o Presidente da República, que destacou ainda, “com satisfação”, o facto de a universidade conceder “importância de relevo” à perspectiva de integrar as suas actividades na “ampla esfera” internacional.

Assim, no âmbito da ampliação de possibilidades de intervenção, a UTA, segundo Jorge Carlos Fonseca, deve encarar, no futuro, a possibilidade de criar condições para dar resposta às necessidades nacionais em estudos prévios para obras do Estado, tais como portos, estradas, trabalhos hidráulicos, produção e distribuição de energia, dentro de uma lógica de mercado disponível, nacional e internacional e de viabilidade financeira.

Num outro ponto da sua comunicação, de 30 minutos, o chefe de Estado classificou de “inteligente e sábia” a decisão da Universidade Técnica do Atlântico de incorporar a agricultura na sua estratégia de promoção da economia marítima, dado que existe uma interdependência da economia azul com a economia verde.

Quando “devidamente avaliada”, prosseguiu, permite que um País como Cabo Verde esteja “melhor preparado” para tirar vantagens do potencial da economia azul.

Jorge Carlos Fonseca abordou ainda o papel da UTA na vertente da formação e investigação do projecto da Zona Económica Especial Marítima em São Vicente (ZEEMSV) e mostrou-se convicto em como a universidade saberá responder às necessidades da economia marítima/azul, no domínio da formação de quadros superiores e técnico-profissionais para o País, a sub-região e os PALOP.

Neste quadro, prosseguiu, será de uma “grande importância” a promoção da pesquisa aplicada com vista à materialização das estratégias de desenvolvimento e internacionalização da economia marítima e ao incremento da competitividade e da produtividade das empresas que operam no sector.

“A Zona Económica Especial (ZEE), tendo a economia marítima como um dos pilares, será mais facilmente bem-sucedida se a aquacultura for integrada no seu Plano Estratégico”, reforçou Jorge Carlos Fonseca, não só como alternativa de rendimento para as famílias, acentuou, mas também como “um sector vital” para a afirmação da ZEE enquanto espaço económico “dinâmico e vitalizador” da economia nacional.

“Na verdade, a vulgarização da aquacultura aumentaria, significativamente, o potencial da economia azul em reduzir a pobreza e o desemprego”, sustentou o chefe de Estado, pois, feita “numa perspectiva industrial e não de subsistência”, a aquacultura é, ao lado da agricultura, uma “forma sublime” de valorizar os recursos hídricos de superfície.

A reitora da UTA, por seu lado, no seu discurso, dirigiu-se aos professores e os alunos da universidade e chamou atenção para o facto de a nova estratégia e a nova visão do ensino superior que irá ser ali implementada permitir uma formação que se deseja “completa e bem-sucedida”, virada para uma “maior empregabilidade e oportunidades” educativas e laborais, através do contacto directo com o mundo empresarial.

Rafaella Gozelino lembrou aos estudantes, particularmente, que terão que aprender que o sucesso depende de “estudo, disciplina, trabalho e sobretudo de sentido de responsabilidade”, e que a formação na UTA é dirigida ao individuo como parte integrante da instituição, da comunidade, da sociedade, do Estado e do mundo.

“A UTA fará de ponte entre o saber académico e a sociedade civil e amplas medidas de internacionalização serão tomadas adoptando a curto prazo a língua inglesa como língua oficial da universidade”, ajuntou a mesma fonte.

A semana académica que inaugura o primeiro ano lectivo da Universidade Técnica do Atlântico tem em pauta um conjunto de palestras envolvendo personalidades do mundo académico e da esfera do Estado e do empresariado, e será encerrada na sexta-feira, 16, com um concerto musical

 

FONTE: INFORPRESS

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