Cabo Verde almeja uma estratégia “mais assertiva” de integração no mercado africano – ministro
O
ministro da Indústria e Comércio disse hoje que o país quer uma estratégia
“mais assertiva” de integração no mercado africano, o que segundo ele, implica
conhecimentos operacionais, nomeadamente em termos das trocas comerciais a
nível da CEDEAO.
“Este encontro é importante pelos conhecimentos das regras, quer do
esquema de liberalização das trocas a nível da CEDEAO [Comunidade Económica dos
Estados da Árica Ocidental], quer do mercado da zona do livre comércio
continental, que está em fase de construção”, precisou Alexandre Monteiro no
final de uma reunião, via plataforma zoom, com representantes dos sectores
privado e público sobre a integração do país no mercado africano.
Em declaração à imprensa, afirmou que esta integração implica que Cabo
Verde melhore a sua organização interna, nomeadamente no que concerne à redução
da morosidade, dando uma “resposta mais rápida, aproveitando novas tecnologias”
em a ordem a aproximar as empresas às instituições.
Na sua perspectiva, é preciso também “melhorar o relacionamento com
instituições comunitárias” da CEDEAO.
Revelou, por outro lado, que neste momento sete empresas nacionais já
estão credenciadas a exportarem para o mercado da CEDEAO, no quadro do esquema
da liberalização das trocas comerciais, estando pendentes mais quatro pedidos
que se encontram em processo de decisão.
Segundo o governante, o país dispõe de empresas com potenciais para
exportar nas áreas alimentar, extracção e transformação de pedras.
Admitiu, entretanto, que hoje há “mais confiança” no mercado africano,
pelo que Cabo Verde deve, progressivamente, melhorar a sua integração não só a
nível da CEDEAO, como também da África, em geral.
Instado sobre os obstáculos que sempre existem, quando se fala da
África, afirmou que estas dificuldades se ultrapassam “com o conhecimento e com
a melhoria em termos de organização”.
O ministro da Indústria e Comércio reconhece que a interacção comercial
entre o arquipélago e o continente ainda é “inexpressiva”, mas que, havendo
oportunidades, “podem ser exploradas”, quer a nível de importação, quer no que
diz respeito à exportação de produtos cabo-verdianos.
“A nossa aposta é, no futuro, aumentar essa relação comercial [com o
continente africano]”, indicou Alexandre Monteiro que se regozijou com o facto
de, brevemente, e, pela primeira vez, o país dispor de uma embaixada junto da
CEDEAO, com sede em Abuja, Nigéria.
Conforme manifestou, a referida representação diplomática vai ajudar na
“promoção comercial” de Cabo Verde junto do mercado regional da CEDEAO.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, criada em 1975
para promover a integração económica, é formada por Benin, Burquina Faso, Cabo
Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali,
Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
Neste momento, a sua população é superior a 300 milhões de habitantes,
mas as projecções das Nações Unidas apontam que deverá chegar aos 550 ou 600
milhões em 2050. É a região mais jovem do mundo.
FONTE:
INFORPRESS