Chefe da diplomacia cabo-verdiana reitera que covid-19 teve um “fortíssimo impacto” na economia do país
O chefe da
diplomacia cabo-verdiana reiterou hoje que a covid-19 teve um “fortíssimo
impacto” na economia, particularmente nos sectores dos transportes e do
turismo, que, segundo ele, representa o principal motor de desenvolvimento de
Cabo Verde.
“Devido à significativa vulnerabilidade da economia à pandemia,
constatamos que o consumo e o investimento serão grandemente afectados, assim
como o mercado de trabalho, empurrando o desemprego para níveis previstos de
19,2%, isto é, quase o dobro da taxa anterior à pandemia”, indicou o ministro
dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades.
Luís Filipe Tavares fez essas considerações na 37ª Sessão do Conselho
Executivo da União Africana, que decorreu entre nos dias 13 e 14 de Outubro.
Para o governante, face à situação descrita, haverá uma “inversão na
dinâmica económica”, com uma contracção estimada do Produto Interno Bruto (PIB)
entre 6,8% e 8,5% em 2020.
Neste contexto, prossegue, o país definiu como uma das suas prioridades
salvar vidas e proteger o emprego e os rendimentos dos mais vulneráveis, bem
como garantir o apoio necessário às empresas.
“Em segundo lugar, lançámos um diálogo nacional e com os parceiros
externos de Cabo Verde, com vista a relançar a economia no curto prazo, mas
sobretudo, procurando perspectivar o desenvolvimento do país no horizonte
2030”, precisou o ministro.
Cabo Verde, segundo o ministro, reconhece os esforços feitos pelo chefe
de Estado sul-africano, Ceryl Ramaphosa, que detém a presidência rotativa da
União Africana, no sentido de garantir que o continente tenha acesso atempado à
vacina contra a covid-19 e, assim, “poder retomar a normalidade que todos
almejam”.
Luís Filipe Tavares partilhou com os seus homólogos africanos a
“extraordinária resiliência” do Sistema Nacional de Saúde (SNS), face à
pandemia, e para a qual, sublinhou, “a cooperação internacional tem sido um
factor de elevada importância”.
Por outro lado, realçou a importância que Cabo Verde atribui ao
estabelecimento de instituições continentais “fortes e com desempenho ajustado
aos desafios actuais e futuros”.
Neste sentido, anunciou a intenção do país de, a breve trecho, se tornar
parte no acto constitutivo da Agência Africana de Medicamentos (AMA).
O ministro dos Negócios Estrangeiros deixou expresso o apoio de Cabo
Verde às recomendações contidas no relatório no que respeita à criação de
condições para o “pleno funcionamento do CDC África [Centro Africano de
Controlo e Prevenção de Doenças (CDC na sigla inglesa) ]”.
A União Africana, através do CDC, tem estado a ajudar os países a
fazerem face à pandemia com apoios e conselhos de vária ordem.
O encontro, realizado por videoconferência, foi presidido pela ministra
dos Negócios Estrangeiros da África do Sul, em que foram aprovados vários
relatórios das diferentes subcomissões da UA.
A reunião contou com a presença do presidente da Comissão da União
Africana, Moussa Faki Mahamat.
FONTE: INFORPRESS