IGAI já confiscou até agora cerca de 200 mil litros de aguardente ilegal em todo o país – inspector
O
inspector-geral das Actividades Económicas (IGAI), Elisângelo Monteiro disse
hoje que já confiscaram cerca de 200 mil litros de aguardente ilegal em todo o
país, reconhecendo, porém, que de um modo geral a maioria dos produtores está a
respeitar os padrões do processo de produção.
Elisângelo Monteiro, que falava em declarações à Inforpress a propósito
do primeiro aniversário da entrada em vigor da nova lei sobre o álcool em Cabo
Verde (05 de Oubro de 2019), confirma que os produtores estão a respeitar as normas
da produção da aguardente, ressalvando, contudo, que pelo meio vão surgindo
sempre alguns produtores que “não cumprem” com as normas da produção, daí
arcando com as consequências.
“Constata-se práticas de vendas de bebidas alcoólicas em residências e
muitas delas já foram identificadas em parceria com outras forças da ordem, mas
isso vai sendo desmantelado com o combate a produção e venda ilegal”, disse,
sublinhando que já conhecem o tipo de bebida que é vendida nessas residências,
daí o seu “combate severo” à luz da lei, porquanto, são produtos que não devem
ser produzidos e, por isso, essa prática constitui fraude.
De acordo com o inspector o consumidor deve estar atento e saber sobre a
qualidade daquilo que consome, pelo que, não tendo a garantia da segurança
sanitária das bebidas alcoólicas e não só, aconselha a não consumir os mesmos
em “momento algum”.
“O consumidor tem um papel de rejeição muito importante e é preciso
realçar esses aspectos para que possam fazer o seu exercício de consumo de uma
forma racional, e, fazendo isso, significa que por iniciativa própria ele está
também a combater a produção ilegal e a redução da sua oferta e,
consequentemente, promovendo a saúde publica”, explicou.
Conforme avançou Elisângelo Monteiro, a (IGAI) precisa de mais efectivos
para poder ter mais forças no terreno, embora reconheça que o mais importante é
a “consciência da população”, que agir deste modo estará fazendo a sua
“autodefesa”.
O alcoolismo em Cabo Verde é tido como um problema social e de saúde pública
e que interfere negativamente em vários aspectos da vida do indivíduo e da
comunidade na qual está inserido.
O Primeiro Inquérito Nacional sobre o Consumo de Substâncias
Psicoactivas no Ensino Secundária (PINCSPES), não obstante a lei em vigor
proíba a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, demonstrou que 45,4%
de estudantes entre 12 e 18 anos já ingeriram álcool, pelo menos uma vez na
vida.
O estudo revelou que o início do consumo do álcool no país se dá em
idades precoces, levando a uma maior probabilidade de ocorrência de dependência
alcoólica e, deste modo, com consequências directas a nível do sistema nervoso
central, com défices cognitivos e de memória, limitações a nível de
aprendizagem e, bem assim, ao nível do desempenho profissional.
FONTE:
INFORPRESS