Secretária executiva da Comissão de Coordenação do Álcool e Drogas diz que a situação no País é “preocupante”
A secretária
executiva da Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD), Fernanda
Marques, disse hoje à Inforpress que é “preocupante” a situação do uso e outras
drogas no ambiente laboral no País.
“A situação no País é preocupante, na medida que temos um número
significativo de pessoas que fazem o uso abusivo do álcool”, afirmou a
secretária executiva da CCAD, para quem existe também uma situação de consumo
de drogas ilícitas que preocupa as autoridades.
A secretária executiva da CCAD fez essas considerações à margem do acto
de lançamento do Guia Orientador para a Intervenção em Meio Laboral sobre o uso
de álcool e outras drogas, que aconteceu através do aplicativo Zoom.
Segundo ela, há a necessidade de haver intervenção em vários contextos,
nomeadamente no comunitário e escolas e, agora, vai ser também laboral.
“Este Guia é de extrema importância. Trata-se de um instrumento prático
para orientar as empresas sobre a forma de materializar aquilo que está
previsto na nova lei do álcool”, indicou, que conforme explicou, vai ao
encontro das recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Com o Guia ora lançado, sublinhou a secretária executiva da CCAD
pretende apoiar as empresas, e instituições publicas e privadas a disporem de
um “plano integrado para fazerem face ao problema [do alcoolismo]”.
“Quando falo de um plano integrado, estou a pensar nos trabalhadores em
geral”, apontou Fernanda Marques, acrescentando que, às vezes, a preocupação é apenas
com quem tem problemas com o álcool.
Instada sobre o que espera das empresas em termos de implementação do
conteúdo do referido Guia deixou transparecer que várias destas instituições já
entraram em contacto com a CCAD, tendo, inclusive, algumas dela formado um
núcleo duro de trabalhadores que irá implementar o tal plano integrado de
combate ao alcoolismo no trabalho.
Citou o exemplo da Enacol, empresa de combustíveis, com a qual CCAD
assinou um protocolo de colaboração, em que estão previstas várias iniciativas
conjuntas, tendo havido uma doação de aparelhos de alcoolímetro.
Lembra que a lei prevê que, a partir do momento em que um trabalhador
esteja visivelmente embriagado, tendo em conta sempre a protecção da saúde do
mesmo e de terceiros, este pode ser enviado para as estruturas de saúde para
efeito de rastreio.
“Esta doação veio reforçar os esforços do Ministério da Saúde de
equipara as estruturas com os equipamentos necessários [no quadro do combate ao
alcoolismo]”, acentuou Fernanda Marques, que aproveitou para esclarecer que não
é apenas um teste que vai servir de avaliação e deixa o aviso que só um técnico
de Saúde “está capacitado para avaliar a pessoa e saber de que consumo se está
a tratar”.
Sobre os condutores, adiantou que, neste momento, a sua instituição que
dirige feito um trabalho mais no sentido da “sensibilização e prevenção”.
Por sua vez, o inspector geral do Trabalho, Anildo Fortes reconhece que
a problemática do alcoolismo é um “problema sério” que, também, afecta o meio
laboral.
Para ele, o Guia Orientador é mais instrumento para “informar e
sensibilizar” tanto os trabalhadores, como as entidades empregadoras e os
sindicatos sobre a problemática do alcoolismo no País.
Em seu entender, o consumo exagerado do álcool no meio laboral pode
provocar várias consequências, nomeadamente o absentismo, a falta de
produtividade e até provocar acidentes de trabalho.
“Um trabalho que faz o uso abusivo do álcool não está em condições de
segurança para executar estas tarefas”, admitiu Anildo Fortes que defende um
trabalho nas acções de sensibilização para que haja no País um meio laboral
“seguro e saudável” e, consequentemente, ter trabalhadores “mais produtivos” e
capazes de “aumentar a produtividade” em Cabo Verde.
Para ele, a situação do consumo do álcool no ambiente laboral já foi
“muito pior”, mas que melhorou com a vigência da lei do álcool que proibiu a
venda das bebidas espirituosas nas cantinas, quer das instituições públicas,
quer das privadas.
O objectivo do Guia é o de apresentar uma abordagem de prevenção e
intervenção no quadro do consumo e abuso de álcool e outras drogas em meio
laboral, para evitar, reduzir o consumo e os danos associados.
FONTE: INFORPRESS