Conferência Regional da FAO debate impacto da Covid-19 em África de 26 a 28 de Outubro
A 31ª
Conferência Regional da FAO para a África acontece entre esta segunda-feira,
26, e próxima quarta-feira sob os auspícios do Governo do Zimbabwe, tendo como
lema “Inovação e forte colaboração para combater os impactos do COVID-19 em
África”.
De acordo com o comunicado de imprensa a que a Inforpress teve acesso, a
pandemia da covid-19 lançou uma “forte” luz sobre as desigualdades e
vulnerabilidades existentes em África e desencadeou desafios sem precedentes
aos sistemas alimentares do continente, apesar da luta dos agricultores,
independentemente da sua dimensão, para continuar a produzir e distribuir
alimentos para todos.
Mesmo antes da pandemia, a fome já estava a aumentar no continente,
avançou a fonte salientando que “nestes tempos de incerteza, precisamos
promover a inovação, a solidariedade, a coerência e uma sólida parceria entre e
dentro dos países africanos”.
É neste sentido, realçou a nota, que a Organização da Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO) está a reunir os seus membros africanos, de
Angola ao Zimbabué, bem como representantes de organizações parceiras, do
sector privado, da sociedade civil e de outras partes interessadas para a 31ª
Sessão da Conferência Regional da FAO para a África.
O objectivo é, segundo a fonte, discutir as questões prioritárias que
importam para a alimentação e agricultura no continente, “à medida que nos
aproximamos rapidamente dos prazos para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável 2 (Fome Zero) até 2030 e as metas de Malabo da União Africana sobre
segurança alimentar e nutrição até 2025”, destacou.
“Urgência e colaboração extraordinária devem caracterizar as discussões.
Acções ousadas devem ser tomadas agora. De acordo com a edição de 2020 do
Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo, África tem a maior
prevalência de desnutrição (19,1%) – mais do dobro da média global (8,9%) – e o
aumento mais rápido do número de pessoas com fome em comparação com outras
regiões”, elucida a nota.
Entretanto, a mesma fonte avança ainda que, por causa da COVID-19, a
subnutrição em África poderá aumentar até 40 milhões de pessoas em 2020,
realçando que nalguns países, o custo de dietas saudáveis é entre 4 a 7 vezes
superior ao gasto médio com alimentos.
Conforme a fonte, a FAO estima que os doadores e os países parceiros
afectados devem duplicar os seus investimentos até 2030 para impulsionar o
progresso no sentido de acabar com a fome, que está além da capacidade dos
orçamentos nacionais e da ajuda internacional.
“Para apoiar os países a enfrentar os efeitos socioeconómicos nefastos
da pandemia, a FAO lançou recentemente um holístico e abrangente Programa de
Resposta e recuperação da covid-19 para garantir, através de uma resposta
global ágil e coordenada, o acesso de todos a uma alimentação nutritiva,
mobilizando todas as formas de recursos e parcerias a nível nacional, regional
e mundial”, lê-se no documento.
“Por outro lado, com a nossa iniciativa Hand-in-Hand (de mãos dadas),
estamos ajudando a identificar os principais estrangulamentos e oportunidades
de inovação, de investimento e de mudança institucional”, disse a fonte
apontando que em África a Iniciativa está a ser implementada no Burkina Faso,
Cabo Verde, Etiópia, Gabão, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Nigéria, Ruanda e
Zimbabué “e estamos trabalhando para juntar mais países com novos parceiros”,
reforçou.
“A 31ª sessão da Conferência Regional da FAO para a África é uma ocasião
histórica para galvanizar todos os esforços e garantir acções para superar os
impactos da COVID-19. Ação que se baseia em novas ideias, novas parcerias e
novos métodos de trabalho, acção que é urgentemente necessária em todo o
continente, para melhorar a produção, a nutrição e o meio ambiente, e garantir
uma vida melhor” enfatiza, concluindo, a fonte.
FONTE:
INFORPRESS