Covid-19: Coordenador de Supervisão do BCV diz ser possível fazer poupança com actual conjuntura do País
Covid-19:
Coordenador de Supervisão do BCV diz ser possível fazer poupança na actual
conjuntura do País
Cidade da Praia, 27 Out (Inforpress) – O coordenador do Gabinete de
Supervisão Comportamental do Banco de Cabo Verde (BCV), Helton Carvalho,
considerou que com ”algum esforço”, dependendo do caso, é possível poupar
na actual conjuntura do País.
Helton Carvalho falava à margem das acções formativas e de
sensibilização programadas para a “Semana da poupança”, que decorrem desde
segunda-feira, 26, e vai até o final do corrente mês, enquadrada nas
celebrações do Dia Mundial da Poupança, efeméride celebrada anualmente a 31 de
Outubro.
A ideia, segundo o coordenador, é que independentemente da conjuntura
actual, em referência a pandemia da covid-19, as pessoas comecem a
“reflectir mais” sobre como devem gerir melhor as suas finanças, o seu
dinheiro.
A promoção, segundo a mesma fonte, é a “poupança proactiva”, ou seja, as
pessoas reagirem a contextos desfavoráveis e começarem a poupar
“Mas, é poupar independentemente disto, por iniciativa própria
cultivarem hábitos de poupança de precaução”, justificou o responsável,
salientando que esta é a forma de se evitar constrangimentos financeiros em
resultado de uma gestão menos apropriados das suas finanças.
“As pessoas devem procurar poupar o máximo possível, pela redução de
despesas que não sejam essenciais ou até a eliminação definitiva ou
temporária”, concretizou, dependendo do caso, de despesas que não sejam
essenciais, ou seja, “procura-se poupar uma parte de rendimento na medida do
possível”.
Por que, por vezes, prosseguiu, as pessoas podem “subestimar pequenos
montantes”, mas aconselhou que “não se deve”.”
“Deve-se procurar poupar no máximo poupar e reduzir as despesas na
medida do possível, com algum esforço é possível poupar, porém depende de cada
caso”, destacou.
Helton Carvalho apontou ainda que o propósito é fazer, também, com que
as pessoas “planifiquem o seu consumo de forma autónoma”, independentemente de
estarem a vivenciar uma “conjuntura desfavorável”.
O coordenador do Gabinete de Supervisão Comportamental do BCV reiterou
ainda que um inquérito de conjuntura nas famílias realizada no segundo
trimestre deste ano pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) demonstrou
que 93 por cento (%) dos inquiridos considerou que a actual situação
económica do País não permite poupar dinheiro e 80% afirmam que não comprarão
um carro nos próximos dois anos.
“Isto mostra o efeito que a pandemia da covid-19 teve a nível
socioeconómico, porque houve efectivamente aumento de desemprego, a redução
económica das famílias, além da pobreza” disse, asseverando que este impacto da
covid-19 faz com as pessoas sintam a necessidade de conter as despesas mas, por
outro lado, “há pessoas que assumem não ter capacidade para poupar por causa do
actual contexto”.
Entretanto, o responsável avançou que estas iniciativas perspectivam
numa óptica comportamental no sentido de as pessoas melhorarem as suas atitudes
e comportamentos de consumo, ou seja, promover o planeamento financeiro, a
planificação e a organização voltada à gestão do dinheiro, explicou,
ressaltando que este é um dos principais objectivos do Banco de Cabo Verde.
“É importante continuar a fazer acções de educação financeira de modo
consistente e com frequência para que possamos incutir nas pessoas valores que
estão associados a educação financeira, nomeadamente a questão da disciplina,
da persistência e também da necessidade que há de as pessoas estarem no
controlo das suas finanças e não o contrário”, frisou o responsável.
Carvalho salientou ainda que estes são os aspectos que precisam ser
trabalhados a médio e a longo prazo, informando, de igual modo, que a mudança
de comportamento é “mais difícil” para a população, e que exige sejam feitas
“várias acções de formação e de sensibilização” para “incutir estes valores nas
pessoas” e para que haja uma mudança a nível da gestão dos seus recursos
financeiros.
FONTE: INFORPRESS