Governo quer ”construir conhecimento de alto nível” através do Campus do Mar “do Mindelo para o mundo”- Paulo Veiga
O
ministro da Economia Marítima afirmou hoje que, do “Mindelo para o mundo”, o
Governo quer “construir conhecimento de alto nível”, dando respostas de
inovação, qualidade e excelência, através do Campus do Mar, sediado em São
Vicente.
Paulo Veiga fez esta consideração através de videoconferência, na
abertura da “Semana da Cidadania Territorial e Urbana 2020”, que acontece dias
02, 04 e 06, na Cidade da Praia, promovido pelo Ministério das
Infra-estruturas, Ordenamento do território e Habitação, através do Instituto
Nacional de Gestão do Território (INGT).
Subordinado ao tema “Três dias, três Cidades, uma reflexão,” o debate de
hoje centrou-se na evolução da cidade do Mindelo, o papel das instituições do
ensino no processo de urbanização e cidadania territorial.
A economia da ilha de São Vicente, segundo o ministro, é historicamente
baseada numa actividade comercial orientada para o mar, mas esta via perdeu
“alguma competitividade” com “resultados nefastos” na diminuição dos
investimentos extremos, na ausência de novas empresas e fixação de
competências, bem como os recursos humanos.
Contudo, sublinhou, essa dinâmica comercial está sendo recuperada “de
forma gradual” e “fortemente” impulsionada com a implementação do Ministério da
Economia Marítima, em São Vicente.
Para o governante, hoje, a ilha de São Vicente tem um “novo rosto e uma
nova dinâmica”, isto porque recebeu investimentos que a projectaram em vários
domínios.
Mas, um dos “grandes desafios” conseguidos para o País, principalmente
para a ilha de São Vicente, enfatizou, é a implementação do Campus do Mar.
“Do Mindelo para o mundo queremos construir conhecimento de alto nível.
Queremos dar o mundo as respostas da inovação, da qualidade e da excelência”,
disse, lembrando que este campus terá como principal objectivo adequar os
currículos para competir a nível nacional e internacional em todos os domínios,
desde do mar, do ordenamento, das pescas, da gestão do ecossistema marítimos,
dos recursos marinhos, dos transportes marítimos, gestão portuária, construção
e reparação naval.
Ainda integrado num programa sectorial maior, recordou, foi criada a
Zona Económica, Especial, Marítima (ZEEM), em São Vicente, que ao ser
implementada dará ao País uma “dimensão global” da economia marítima “impulsionado
significativamente a economia nacional”.
“O projecto da ZEEM é estratégico para o desenvolvimento de Cabo Verde,
explora as nossas vantagens comparativas, os recursos do País, nomeadamente o
mar e o objectivo é a edificação de uma plataforma marítima logística em Cabo
Verde no sentido de alavancarmos o desenvolvimento do País, servimos a nossa
região e o mundo”, afirmou o ministro.
A ZEEM, em projecção em São Vicente, referiu, tem um horizonte temporal
até 2035 com objectivos fundamentais e específicos até 2025, 2030 e 2035, e que
estão “devidamente propostos” no seu planeamento, ou seja, o seu plano
estratégico.
O próximo passo, precisou, é a operacionalização da Autoridade da Zona
Económica Especial e Marítima em São Vicente (AZEEMSV), cujo estatuto já foi
aprovado, e terá como missão principal implementar o planeamento da ZEEMSV e
mobilizar parcerias e investimentos.
Paulo Veiga reconheceu que o mar é um dos principais recursos
estratégicos para desenvolvimento do País, pois permite o desenvolvimento de um
conjunto de actividades como pescas, aquacultura, indústrias e transformação do
pescado, transporte marítimos, turismo, dessalinização da água, investigação,
segurança e energias renováveis.
Neste sentido, da parte do Governo garantiu que vão continuar a apostar
no desenvolvimento humano e económico do País, reforçando o compromisso para
continuar na senda de desenvolvimento das ilhas e das suas gentes.
No âmbito da “Semana da Cidadania”, no dia 04 estará sob a mesa de
discussão a “Cidade da Praia com foco nas questões de riscos urbanos”.
No dia 06, serão debatidas as cidades do Sal (Santa Maria e Espargos) em
que os intervenientes vão abordar as questões do “planeamento urbano,
territorial versus o impacto do turismo e inclusão da sociedade civil no seu
desenvolvimento”.
A escolha dessas três cidades, segundo a presidente do conselho
directivo do INGT, Ilse Amarante, deriva do facto de serem as cidades que neste
momento têm questões “mais problemáticas e mais urgentes” para serem debatidas
e ultrapassadas.
FONTE:
INFORPRESS