Padre José Eduardo Afonso defende um “melhor uso” das novas tecnologias na transmissão dos valores morais
O padre José
Eduardo Afonso defendeu hoje a necessidade de se rentabilizar o poder das novas
tecnologias visando garantir o seu melhor uso e aproveitamento na transmissão
dos valores morais que norteiam a vida humana.
O sacerdote, que é também director da Escola de Formação Cristã, fez
estas considerações em entrevista à Inforpress, no âmbito da Iª Semana
Académica, que decorre de 02 a 06 do corrente mês, e que assinala a
abertura do ano académico e o início da 2ª edição do curso e pós-graduação em
Ciências Religiosas, no Centro Paroquial, na Cidade da Praia.
“Hoje não podemos fazer de conta que as novas tecnologias não
influenciam a nossa vida quotidiana, é preciso assumir esta verdade
interioriza-la e fazer o melhor uso possível desses meios na divulgação e
transmissão dos valores que humanizam a pessoa”, afirmou, salientando a
importância das novas tecnologias na aproximação das pessoas em diferentes
pontos do globo.
“Nós estamos a experimentar isto na prática, por exemplo, esta semana
temos conferencistas que devido a questão pandémica não puderam vir, temos
formando de todas as ilhas da nossa diocese que estão a acompanhar e participar
activamente através das novas tecnologias”, realçou.
Defendeu, por outro lado, a necessidade de promover e garantir a
capacitação dos docentes da disciplina Educação Moral Religiosa Católica nas
escolas, acrescentando que o perfil dos mesmos deve ser daquele que se
identifica com os valores e princípios cristãos.
O padre José Eduardo Afonso acrescentou ainda que o docente deve ser uma
pessoa que faz parte da comunicada eclesial e uma pessoa que está integrada no
dinamismo da própria igreja diocesana, referindo que para leccionar tem que
ter, no entanto, a aprovação do bispo, enquanto chefe máximo da igreja
diocesana.
“O docente desta disciplina deve ser uma pessoa formada e conhecedora
das questões que tem a ver com as ciências religiosas, é por isso que a
primeira acção da diocese é oferecer uma formação a nível da pós-graduação a
todos aqueles que possivelmente virão assumir a docência desta disciplina nas
escolas”, asseverou.
O curso e pós-graduação em Ciências Religiosas tem a duração de três
anos (seis semestres) e um total de cerca de 3.000 horas, conta com um corpo de
docentes constituído por uma equipa de professores e investigadores,
enriquecido com professores de instituições de ensino superior estrangeiras, em
especial, da Universidade Católica Portuguesa, em regime de co-regência.
A Igreja Católica, ao abrigo do Acordo entre o Estado de Cabo Verde e a
Santa Sé, através da resolução nº 83/VIII/2013, conjugado com o artigo 49º da
Constituição da República de Cabo Verde e o artigo 30° da Lei da Liberdade
Religiosa e Culto em Cabo Verde, pactuou com o Governo a introdução da disciplina
Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), em 13 escolas públicas, a partir do
ano lectivo 2019/2020.
FONTE: INFORPRESS