Covid-19: Praienses congratulam-se com uso obrigatório de máscara na via pública
Cidadãos
praienses congratularam-se hoje com a medida de uso obrigatório de máscara
facial na via pública, lei que entra em vigor esta quinta-feira, 05, mas pedem
“maior fiscalização”, principalmente nos subúrbios da Cidade da Praia.
Apesar de a lei só entrar em vigor esta quinta-feira, já é notável o uso
de máscaras pela população nas ruas da Cidade da Praia, mas nem todos têm feito
o uso adequado deste equipamento de protecção individual, que serve para
prevenir da covid-19, como observam alguns dos entrevistadas da Inforpress.
“Esta medida é muito viável porque as pessoas não estão a respeitar as
regras. Nós todos estamos cientes e sabemos os problemas que esta doença traz e
os problemas que têm causado no nosso País, mas, no entanto, vemos algumas
pessoas na via pública sem máscaras e sem fazer o distanciamento”, disse à
Inforpress a funcionária do Ministério das Finanças, Indira Duarte, 39 anos.
Enquanto aguardava a sua vez para usar o multibanco, Indira Duarte disse
que tem notado que as crianças estão mais preocupadas em se prevenir do que
muitos adultos, que ainda não se consciencializarem do perigo da doença.
Mais adiante, na Rua Pedonal, no Platô, conversamos com Djoca, que não
poupou palavras para chamar os praienses de “irresponsáveis”.
Disse ser a favor da obrigatoriedade do uso de máscaras na via pública,
mas clama por uma “maior fiscalização” nas zonas arredores da Cidade da Praia,
onde, continuou, vê-se “muitas pessoas na rua a comerem e a beberem sem
importarem com as consequências”.
“Muitas pessoas não vão cumprir. É basta irem nos subúrbios para
constatar que muitas pessoas não usam máscaras. Se a lei existe é para ser
cumprida, caso não seja cumprida cabe as autoridades fazerem a sua parte”,
acentuou.
Enquanto Djoca fala do não cumprimento nos subúrbios, poucos metros à
afrente alguns condutores se encontravam sentados à porta de um estabelecimento
comercial a aguardarem por mais um frete sem distanciamento e alguns sem
máscaras.
O condutor João Pereira, que se disponibilizou a falar com à Inforpress,
disse que é a favor desta medida porque é uma das formas de se protegerem e de
livrarem do novo coronavírus.
“Temos de usar a máscara para nos protegermos e para protegermos os
nossos colegas. No meu caso uso sempre e desinfecto as mãos com álcool gel e
quando regresso para casa lavo sempre as mãos com água e sabão e deixo os meus
chinelos sempre fora de casa para evitar que qualquer vírus entre no meu lar”,
relatou.
Surpreendido com a máscara no bolso da camisa, o aposentado Carlos da
Graça, 66 anos, que aguardava para engraxar os sapatos, na Praça Alexandre
Albuquerque, juntamente com mais alguns indivíduos, disse que apenas o retirou
para comer, mas logo de seguida ia colocá-lo.
Este aposentado congratulou-se com a medida aprovada no parlamento e
promulgada pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, mas, por outro
lado, revelou que às vezes, quando está distraído, se esquece de usar este
equipamento.
Mas, a partir do dia 05, promete ter mais cuidado quando sair à rua,
porque corre o risco de levar uma multa entre 1.500 escudos a 15 mil escudos.
“Penso que é bom para todos usarem máscaras para a nossa protecção.
Todos devemos tê-lo na nossa cara para evitarmos qualquer contaminação pela
boca ou pelo nariz”, frisou.
Outro cidadão abordado, sem máscaras, foi o empresário Gabriel Silva, 63
anos, que disse recusar usar a máscaras na via pública, justificando que a
máscara o sufoca, ao mesmo tempo que revela que não concordar com a lei, ainda
mais num “País quente como Cabo Verde”.
“Sou contra essa medida, um, por sufocar as pessoas, e dois, porque não
podem obrigar as pessoas a respirarem um veneno com essas máscaras. Podemos nos
prevenir de outras formas, não necessariamente usando máscaras”, disse,
referindo-se a covid-19 com “uma gripe mais forte geneticamente modificada”,
que como qualquer outra doença “todos estão sujeitos a contrair”.
A proposta de lei foi levada pelo Governo, com carácter de urgência, à
primeira sessão parlamentar ordinária de Outubro, alargando a obrigatoriedade
do uso de máscara facial – que já se aplicava desde Maio nos transportes
públicos e no interior das empresas – a todos os espaços públicos, incluindo na
via pública, independentemente do tipo de actividade.
Ficam de fora desta obrigação os menores de 10 anos e pessoas com
problemas de saúde, aplicando-se a mesma em todo o território nacional, a
pessoas em situação de contacto próximo na via pública que não partilhem a
mesma residência, embora com excepções também para a prática de educação física
com distanciamento social e prática de etiqueta respiratória.
Este regime vai substituir o que estava em vigor desde 02 de Setembro,
cujo decreto-lei estipulava o uso de máscara facial nos espaços públicos como
um “dever cívico de todos os cidadãos” e que “a actuação das forças e serviços
de segurança” teria apenas “carácter pedagógico e orientador”.
Cabo Verde anunciou na terça-feira, 03, mais 62 novos casos positivos do
novo coronavírus, elevando para 8.944 o total acumulado de infecções desde 19
de Março.
A pandemia da covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais
de 46,9 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito
pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de
Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China
FONTE:
INFORPRESS