Covid-19: “Em nenhum momento fomos preteridos em detrimento dos nacionais” – embaixador guineense em Cabo Verde
O embaixador
da Guiné-Bissau em Cabo Verde disse hoje que em nenhum momento os cidadãos
guineenses radicados no arquipélago foram preteridos em detrimento dos
nacionais cabo-verdianos, no que toca a questões relacionadas com a covid-19.
Em declarações aos jornalistas após ser recebido pelo Presidente da
República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, Mbála Alfredo Fernandes destacou
aquilo que, tanto o Governo, como as autarquias locais têm feito, frisando que
em nenhum momento separaram os guineenses dos nacionais.
“Portanto, isso toca-nos muito, de que maneira, e aproveitamos para
dizer que estamos satisfeitos em saber que, para além das dificuldades que é
comum aos nacionais, em nenhum momento fomos preteridos em detrimento dos
nacionais”, reforçou.
Entretanto, o diplomata ressaltou que é preocupação, nos tempos de
covid-19, o problema do desemprego, que, do seu ponto de vista, “é natural, não
só aos guineenses, mas também aos nacionais”, assim como também a situação de
vulnerabilidade e integração dos guineenses em Cabo Verde.
“Temos problemas de integração, de documentação e neste momento de
covid-19 ainda é mais gritante”, frisou o diplomata, acrescentando que não há
muitos guineenses infectados em Cabo Verde com o novo coronavírus.
“Há dois meses tivemos uma reunião na embaixada em que se falava de uma
dezena de pessoas infectadas, mas que já se recuperaram”, avançou Mbála Alfredo
Fernandes, garantindo que a representação diplomática da Guiné-Bissau tem
estado a trabalhar “muito arduamente” em cooperação com associações e
autarquias locais no sentido de, não só divulgar as medidas, mas também ajudar
aqueles que precisam.
As ajudas, afirmou, traduzem-se através de cestas básicas nas suas
comunidades, mas também no apoio àqueles que, de uma forma directa ou
indirectamente, em colaboração com a Organização Internacional de Migrações
(OIM), queiram regressar ao país.
“Nesse caso até agora só tivemos dois casos de duas senhoras que
pretendem regressar ao país, tendo em conta a situação precária ainda agudizada
com a questão do coronavírus”, informou Mbála Alfredo Fernandes, acrescentando
que se está a trabalhar juntamente com a OIM e também com o Governo da
Guiné-Bissau, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, no sentido de
promover o retorno voluntário dessas duas pessoas.
No âmbito do seu encontro com Jorge Carlos Fonseca, foi-lhe perguntado
se chegaram a falar do recente caso em que o ministro da Economia da
Guiné-Bissau, Vitor Mandinga, pediu demissão do cargo por considerar que foi
esvaziado das suas competências orgânicas com a nomeação do
vice-primeiro-ministro, Soares Sambú, Mbála Alfredo Fernandes respondeu que a
questão política da Guiné-Bissau não foi objecto da conversa.
“A política deixamos aos políticos e a diplomacia deixamos aos
diplomatas”, finalizou.
FONTE: INFORPRESS