Governo concede à Cruz Vermelha e à Fundação Feel Cabo Verde direito de exploração dos jogos sociais
O Governo
assinou hoje com a Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) e a Fundação Feel Cabo
Verde os contratos administrativos de concessão do direito de organizar e
explorar os jogos sociais por um período de 20 anos.
De acordo com os contratos assinados pelo ministro da Presidência do
Conselho de Ministros, Fernando Elísio Freire, e pelos representantes das
respectivas organizações, a Feel Cabo Verde vai explorar as modalidades de
raspadinha solidária e o troco solidário, e a CVCV fica responsável pela
lotaria nacional, o totoloto e o joker.
Para o ministro Fernando Elísio Freire, com este acto, que acontece “no
momento de incerteza”, devido a pandemia da covid-19, Cabo Verde está a viver
“um momento histórico” na promoção das políticas.
“O momento em que o Estado assume como dono dos jogos sociais e faz um
contrato de concessão a duas entidades para conjuntamente com o Estado numa
forma de parceria e complementaridade praticarmos o bem comum”, disse.
“É uma das formas de melhorarmos o impacto das políticas directamente na
vida das pessoas, e envolvendo instituições da sociedade civil que também
envolve os cidadãos directamente através da sua participação voluntária”,
acrescentou.
Conforme explicou, através dos jogos sociais é possível ter maior
capacidade de financiamento nos vários sectores, nomeadamente a nível da
política de habitação, do acesso a bens básicos, do desporto, no combate à
droga e na sensibilização da juventude.
“São políticas importantes que neste momento de incerteza nos podem
fazer aumentar a crença no futuro melhor”, disse, garantindo que as receitas
dos jogos, que serão frutos da participação voluntária dos cidadãos, serão
“rigorosamente geridas”.
O regime jurídico dos jogos sociais, aprovado por unanimidade no
parlamento, aponta que os jogos devem ser concessionados às entidades que
praticam política social e que não têm fins lucrativos, daí a escolha dessas
duas instituições.
A CVCV, que organiza os jogos sociais desde 1977, vê nesse contrato de
concessão a confirmação de um direito e o enquadramento legal da sua
actividade.
Por essa via, indicou o seu presidente, Arlindo Carvalho, a organização
vai poder implementar o “ambicioso projecto de digitalização de toda a
plataforma dos jogos sociais” em Cabo Verde.
“Por outro lado, vamos poder mobilizar mais recursos para os projectos e
programas da CVCV e também contribuir para uma fatia muito forte para a
economia solidária do País”, concretizou.
Da parte da Fundação Feel Cabo Verde, Dario Dantas, que assinou o
contrato em nome da presidente, destacou a novidade das modalidades e a
possibilidade de intervenção da fundação em “domínios importantes”, utilizando
as receitas provenientes dos jogos.
“O ensino, a ciência e a cultura e o desporto são os domínios em que a
fundação irá intervir”, reforçou.
Segundo o ministro Fernando Elísio Freire uma entidade de jogos sociais
juntamente com a Inspecção-geral dos Jogos farão a regulação do sector e uma
“gestão criteriosa” dos recursos daí advenientes, como forma de garantir “o bom
uso” das receitas dos jogos sociais.
Os resultados líquidos da exploração dos jogos sociais são repartidos
pelo concedente, que é o Estado, e pela concessionária, que são entidades
exploradoras, na proporção de 51 por cento (%) e 49%, respectivamente.
FONTE: INFORPRESS