São Vicente/Covid-19: Delegado Saúde classifica situação de “preocupante” e pede à população para colaborar
O delegado de
Saúde de São Vicente considerou hoje “preocupante” a situação da pandemia na
ilha, não só pelo aumento do número de casos, mas, sobretudo, pela forma como a
população está à reagir perante a pandemia.
Elísio Silva, em conferência de imprensa hoje, no Mindelo, no dia em que
a ilha registou mais 12 casos positivos para um acumulado de 61 casos, deu
conta de aglomeração de pessoas em várias localidades da ilha e, até,
sintetizou, no Centro de Estágios, local de colheita de amostras para testes
PCR, “o que não pode acontecer”.
Conforme explicou, quem vai ao Centro de Estágios tem marcação feita
antecipadamente pelos centros de Saúde, com hora marcada, sempre depois das
10:00, por serem contactos de casos positivos.
“Não faz sentido as pessoas chegarem ao centro às 08:00, quando tem a
explicação de que o centro funciona das 08:00 às 10:00 para testes de
viajantes, e só depois das 10:00 para os contactos de pessoas que testaram
positivo”, concretizou a mesma fonte.
“Mas há aglomeração em muitas localidades de São Vicente, mas menos mal
porque o uso de máscara é obrigatório e a maioria utiliza, embora muitas vezes
de forma incorrecta”, precisou.
Elísio Silva voltou a pedir as pessoas que se encontram em quarentena
domiciliar, a aguardar o resultado de testes PCR, para terem paciência, em
casa, não contactarem familiares e vizinhos e não praticarem nenhum tipo de
actividade até receber o resultado.
“A demora pode chegar a uma semana, mas está dentro do período de quarentena
que é de dez dias, mínimo”, precisou.
Mas o delegado de Saúde de São Vicente revelou também preocupação com a
situação “da maioria das oficinas” da ilha, “sem casas de banho, sem lavatórios
nem planos de contingência” as quais, continuou, “não têm condições sanitárias
para continuar a funcionar em tempos de pandemia”.
Aliás, Elísio Silva informou que as autoridades encerraram uma oficina
há poucos dias e aproveitou para alertar para o facto de que se não forem
criadas condições nas restantes “haverá consequências”.
“A pandemia pode ser controlada, mas não depende apenas da Delegacia de
Saúde, mas, sim, principalmente, da forma com a população encara a covid-19”,
concluiu o delegado de Saúde, sem antes pedir à população para abdicar de
pêsames e funerais, reservados “estritamente ao núcleo familiar”.
Com os 12 casos positivos registados hoje, a ilha de São Vicente passa a
ter um acumulado de 61 casos activos da covid-19, mais 300 pessoas em
quarentena domiciliar, 26 em quarentena no Centro de Estágio e quatro doentes
internados no Hospital Baptista de Sousa, “estes em bom estado”.
Neste momento, o País contabiliza 600 casos activos, 8.717 pessoas
recuperadas, 100 óbitos e dois transferidos, perfazendo um total de 9.419 casos
positivos acumulados.
As autoridades continuam a reforçar o apelo para que as pessoas cumpram
o distanciamento físico, usem máscaras, pratiquem a higienização das mãos e
demais recomendações, como forma de evitar a propagação do vírus.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.251.980 mortos em mais de
50 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela
agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de
Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
FONTE:
INFORPRESS