Brava: Agricultores bravenses consideram ano agrícola “razoável”, mas dizem-se apreensivos em relação ao pasto

Os agricultores bravenses afirmaram hoje que o ano agrícola na Brava teve um resultado “melhor” do que nos últimos três anos, mas dizem-se apreensivos porque o pasto “não foi garantido”.

Numa ronda feita a algumas localidades da ilha é visível a “viciosidade” das plantações de milho, pese embora a praga da lagarta do cartucho-do-milho tenha destruído muitas destas plantações, conforme avançaram os agricultores.

Não obstante as pragas, os agricultores apontaram pela falta de mais uma chuva que estavam a aguardar em meados de Outubro para que o ano ficasse garantido.

Como não houve chuva, estes agricultores classificam o ano como sendo “razoável”, como é o caso de João Pires, da localidade de Cachaço, uma zona que é completamente dependente da agricultura de sequeiro e da criação de gado.

Conforme explicou, a praga da lagarta do cartucho danificou em cerca de 50 por cento (%) as plantações do milho, mas foi possível tirar algum milho para o consumo.

Em relação à água para o consumo animal, realçou que os depósitos estão todos cheios, o que lhes dá algum “consolo”.

Mas, já no que tange ao pasto, sublinhou que este “não foi garantido” porque, depois de três anos de seca as sementes já estavam quase que desaparecidas e o pouco de pasto que nasceu, devido à prática do pastoreio livre, as plantas não vingaram.

Em Campo Baixo, o agricultor Cristiano Fernandes também corroborou da mesma opinião do agricultor de Cachaço no que toca ao ano agrícola, mas já em termos de pasto defendeu que a qualidade do pasto que tinha nascido “não era a melhor”, mas que se cada pastor tivesse colocado os animais no estábulo a tempo e gerido melhor o que tinha nascido, “não teriam grandes problemas em sustentar os animais mais tarde”.

Na vila de Nova Sintra, o agricultor Henrique Gonçalves considerou que o ano agrícola foi “um pouco melhor do que nos últimos anos”.

Porém, além das pragas ou a falta das últimas chuvas, criticou alguns agricultores que, no seu entender, não trabalharam em condições, não ajudaram as plantas, não combateram as pragas a tempo e não mondaram, sustentando que para um “bom ano” é preciso o apoio humano além da natureza.

No seu caso, avançou que não tem do que reclamar porque, a sua produção de milho e feijão foi “garantida” e a sua colheita de abóbora também foi “muito boa”.

Mas para isso, explicou que foi necessário “mimar” as plantações, dar-lhes espaço no terreno, mondá-las e aplicar remédio ainda a tempo.

Sobre o pasto, acentuou que este ano são somente “palhas bravas” porque, os terrenos não foram “mondados” e há grande quantidade de espinheiras espalhadas pela ilha que não permitiram o nascimento e o crescimento de um pasto melhor.

Também condenou a prática do pastoreio livre, sublinhando que devido a isso os problemas com o pasto vão se iniciar mais cedo do que era previsto, apontando “principalmente” para a localidade de Cachaço.

 

 

 

 

FONTE: INFORPRESS

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