Retrospectiva/Educação: Demissão da ministra Maritza Rosabal e reconfiguração do ano lectivo marcam o sector em 2020

O sector da Educação em Cabo Verde ficou marcado em 2020 pelo pedido de demissão da ministra que tutelava a pasta, Maritza Rosabal, assim como pela reconfiguração do ano lectivo, em virtude da pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2.

O pedido de demissão de Maritza Rosabal foi justificado por motivos pessoais e confirmado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que disse ter sido “uma honra” trabalhar com a ex-ministra, reconhecendo ainda a “dedicação que a Maritza colocou ao serviço do País e a determinação na realização de importantes reformas no sistema educativo e na protecção social”.

Entretanto, a presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Janira Hopffer Almada, considerou que o pedido de demissão da ministra da Educação ocorreu no “pior momento” e confirma a “falta de coragem” do primeiro-ministro em fazer uma remodelação.

Já a secretária-geral do Movimento para a Democracia (MpD, poder), Filomena Delgado, disse que o partido encara “com naturalidade” a saída de Maritza Rosabal, enquanto ministra da Educação, Família e Inclusão Social.

Maritza Rosabal, além da tutela da Educação era responsável também pela pasta da Família e Inclusão Social, sendo agora substituída por Amadeu Cruz, antigo secretário de Estado Adjunto da Educação.

Fernando Elísio Freire é indicado para a pasta do Ministério da Família e Inclusão, que acumulará com as de ministro de Estado, dos Assuntos Parlamentares e da Presidência do Conselho de Ministros e ministro do Desporto.

O ano de 2020 para a Educação viu a reconfiguração do ano lectivo, devido a pandemia de covid-19 que o País e o mundo vivem, em que as aulas presenciais foram suspensas, dando lugar a introdução das novas tecnologias, com o ensino à distância.

A partir do dia 20 de Abril, as aulas em Cabo Verde foram transmitidas na televisão e na rádio e com disponibilização de fichas de estudo, para que se possa concluir o ano lectivo de 2019 e desenhar o melhor cenário para 2020.

Foi feita a primeira gravação do programa com a revisão desse material e foram preparadas as condições no geral, porque o importante era manter o contacto com as escolas e com os conteúdos e proceder com esse modelo de educação à distância, explicou a então ministra Maritza Rosabal, dizendo que a Televisão de Cabo Verde (TCV) tinha disponibilizado ao ministério cinco horas diárias para a implementação deste programa.

Enquanto isso, o Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) entregava uma proposta de revisão do estatuto, propondo ao Ministério da Educação a integração dos professores que não têm licenciatura e a integração do doutoramento enquanto elemento para evolução na carreira.

O ano lectivo 2020/2021 arrancou a 1 de Outubro com um conjunto de limitações, entre as quais o número de alunos presentes nas salas de aula, as orientações sanitárias sobre higienização e distanciamento social, além do uso obrigatório de máscaras.

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, dirigiu uma mensagem de simpatia e conforto alusiva ao arranque do ano lectivo, explicando que as escolas devem, como está a acontecer, fazer as adaptações exigidas a esta dura realidade situação, de modo a salvaguardar a saúde dos alunos, famílias, professores, técnicos e demais colaboradores do sistema educativo.

Outro destaque no sector neste ano atípico e que ora finda tem a ver com a publicação no Boletim Oficial da lei que regula a organização, composição e funcionamento do Conselho Nacional de Educação, um órgão independente com funções consultivas e que visa procurar soluções para questões da política educativa nacional.

 

 

 

FONTE: INFORPRESS

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