Boa Vista: PN diz que corporação foi insultada por cidadãos que denunciam agressão e invasão de condomínio

Sal Rei, 04 Jan (Inforpress) – O comandante da Policia Nacional (PN) na Boa Vista esclarece que os cidadãos que denunciaram hoje “invasão de condomínio” e agressão perpetrada pela PN desrespeitaram as autoridades com palavras “insultuosas” e diz desconhecer actos de agressões contra civis.

O responsável da Policia Nacional na Boa Vista, Evandro Souza, deu estes esclarecimentos em entrevista à Inforpress, a propósito da denúncia feita hoje por um grupo de pessoas que acusa a PN de agressões físicas, após alguns dos elementos terem sido retirados de uma festa privada, em condomínio privado, por aquela força de segurança e conduzidos à esquadra para identificação.

De acordo com o policial, que também se encontrava naquela missão, durante a operação do dia 31 de Dezembro houve denúncias feitas através da linha 132, por pessoas que reclamavam da poluição sonora vindo da festa, num prédio de propriedade horizontal, na zona de Estoril.

O comandante da PN na Boa Vista conta que quando aquela força de segurança chegou à porta do condomínio solicitou ao responsável do espaço que descesse até ao rés-do-chão para falar com as autoridades e que estas foram recebidas com “maus modos e palavras desrespeitosas” vindas a partir do terraço do prédio onde decorria a festa.

Evandro Souza sublinhou que a festa decorria e que os promotores da mesma sabiam da proibição deste tipo de comemorações, de acordo com a resolução do Governo em vigor desde o dia 15 de Dezembro, por causa da covid-19.

“Fomos recebidos com palavras menos adequadas, ou seja, insultuosas mesmo. Quando vimos que não estavam a abrir a porta, retiramos. Minutos depois, voltamos a receber chamadas com reclamações da mesma natureza, de poluição sonora”, afirmou, explicando que, desta vez, encontraram a porta aberta e acederam ao terraço do espaço por via da caixa de escada, sem entrar em apartamentos privados.

O comandante disse que quando chegaram no terraço do prédio foram recebidos da mesma forma que tinham sido tratados anteriormente no rés-do-chão, “com palavras de desrespeito às autoridades”.

Daí, acrescentou, teve que conduzir à esquadra três indivíduos para identificação”. Quanto à agressão, alegou “desconhecer tais acontecimentos dentro do quintal do Comando Regional”, reafirmando que “não presenciou estes actos denunciados pelos queixosos”.

“Ficamos a escoltar viaturas e quando chegamos encontrei os três senhores na recepção, sentados. Em momento algum, presenciei agressão e havendo estes comportamentos e atitudes na esquadra pode ser motivo de um processo de instrução de averiguação”, disse, admitindo que “na actuação no local houve uso de força com técnicas de mãos vazias, sem uso de bastão para com um dos indivíduos que resistia ser conduzido à esquadra”.

Quanto ao guia de tratamento da Delegacia de Saúde esclareceu que é um documento de serviço e que é prática, após a sua emissão, ser levado ao médico para dar o seu parecer.

Ainda neste procedimento, informou que o guia é levado novamente para a esquadra, onde se junta à queixa, e é reencaminhado ao Ministério Público ou Procuradoria, quando solicitado oficialmente, caso queiram intentar uma queixa-crime.

Para o policial, “não se tratava de um convívio intra-familiar”, mas sim uma “festa que provocava poluição sonora”.
Sobre à pretensão dos queixosos em intentar uma queixa-crime conta a PN, o responsável sublinhou que os “queixosos têm esse direito”.

Já relativamente às denúncias de agressões feitas dentro do quintal do Comando Regional da Boa Vista, admitiu que “poderão ser alvo de um processo de averiguação para apurar as responsabilidades disciplinares”.

O comandante da Policia Nacional da Boa Vista acrescentou que “as pessoas tinham consciência de que não poderiam fazer a festa”, e que, por isso, “não desceram para para falar com as autoridades”.

Evandro Sousa informou ainda que durante a operação final do ano encerraram todas as festas que encontraram a decorrer, no total oito.

Segundo a mesma fonte, “nas outras sete, as pessoas abordadas acataram as ordens e tiveram bom comportamento”, e que “somente na festa deste grupo em “Ca Madera” se registaram atitudes diferentes, de desrespeitas”.

VD/JMV

Inforpress


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