São Vicente: profissionais da Cultura em massa na rua a exigir trabalho
Agentes culturais de São Vicente manifestaram-se em massa pelo direito de acesso ao trabalho no sector das artes, cultura, entretenimento e indústrias criativas. Os mesmos dizem que o Ministério da Cultura não olha por eles.
“Cultura está de luto”, “Queremos trabalhar”, “Cultura não pode ser cancelada”, “Cultura está com ‘Sodad’”, foram algumas das frases que se fizeram ouvir junto ao mural artístico de Cesária Évora. Com as mãos no ar, a classe artística de São Vicente falou em uma só voz e reivindicaram o direito ao trabalho.
“Estamos há quase um ano parados e não deixamos de ter contas, nem responsabilidades e não temos um Ministério a olhar por nós. O que queremos é apresentar propostas coesas e formas de trabalho, queremos ser ouvidos e não deixados de lado nas decisões que afetam diretamente o nosso sector”, defende o DJ Fatboy, para quem, a manifestação não é um ato de rebeldia mas sim uma tentativa de fazerem as suas vozes serem ouvidas.
O guitarrista, Pedro Santos, vai na mesma lógica do DJ, e diz que esses querem unicamente trabalhar.
“Nós queremos trabalhar, não estamos aqui a pedir nada além do nosso trabalho. Sabemos que é difícil mas precisamos recomeçar como as outras áreas. Espero que resolvam o problema e que procurem formas de abrir espaços para trabalharmos, caso contrário a situação irá piorar”, alerta o guitarrista.
Há quem defende que a cultura foi afetada muito antes da pandemia mas agora é que as dificuldades se acentuaram. O técnico de som ao vivo, David Medina, é que parte desta premissa e diz que deve haver um “diálogo e leis claras e abrangentes para todas as áreas culturais.”
“A cultura tem sido muito afetada mesmo antes da Covid-19, o que aconteceu agora com a pandemia é que a nossa dificuldade aumentou. Portanto, estamos aqui para fazer ouvir a voz da classe e que sejam tomadas algumas decisões, não apenas tendo em conta a Covid-19 mas também o panorama nacional que vem de já há algum tempo”, diz David Medina.
Além da abertura do mercado de trabalho, a especificação da classe trabalhadora das diferentes áreas culturais é uma das reivindicações pedidas pelos agentes culturais. Ainda, esses alertam que “não havendo reação do governo”, sairão às ruas novamente e farão outro tipo de “manifestação mais efusiva.”
Recorda-se, que em Outubro de 2020, os músicos e profissionais das artes e espetáculos já tinham realizado uma manifestação silenciosa reivindicando a abertura do sector.