Avião cruza-se com 'drone' a 700 metros de altitude
Avião da TAP com cerca de 130 passageiros cruzou-se, na quarta-feira à noite, com um drone quando se preparava para aterrar no aeroporto de Lisboa. Esta é a segunda interferência de um drone no tráfego aéreo em duas semanas
Um avião da TAP, com cerca de 130 passageiros, cruzou-se, na quarta-feira à noite, com um drone a 700 metros de altitude, quando se preparava para aterrar no aeroporto de Lisboa, disseram à agência Lusa fontes do setor aeronáutico. O Airbus 319, proveniente de Milão, Itália, “cruzou-se” com o drone por volta das 21h, no momento em que a aeronave estava à vertical da ponte 25 de Abril, na zona de Alcântara, e a poucos minutos de aterrar no Aeroporto Humberto Delgado, segundo as mesmas fontes.
Contactada pela Lusa, a NAV Portugal (responsável pela gestão do tráfego aéreo) confirmou a ocorrência, sendo este o segundo incidente em duas semanas envolvendo estes aparelhos.
A 1 de junho, um avião que se preparava para aterrar no aeroporto do Porto quase colidiu com um drone a 450 metros de altitude, obrigando os pilotos de um Boeing 737-800, da companhia TVF, France Soleil, grupo Air France/KLM, a realizar várias manobras.
Esse incidente ocorreu cerca das 16h40, no momento em que o Boeing 737-800, com capacidade para cerca de 160 passageiros, estava na aproximação final para aterrar, a 3,5 quilómetros da pista 35. Quando o 'drone' se aproximou, o avião teve de efetuar diversas manobras para evitar a colisão, acrescentando fontes ouvidas pela Lusa na ocasião, que foi “a perícia da tripulação que evitou um grave acidente” com o Boeing 737-800, que tinha descolado de Paris.
Drones não podem circular a mais de 120 metros
Após
este incidente, a Associação Portuguesa de Aeronaves Não Tripuladas
(APANT) veio alertar para os riscos inerentes a estas práticas, aludindo
ao regulamento aprovado pelo regulador do setor. O regulamento da
Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) proíbe o voo destes
aparelhos a mais de 120 metros de altura, uma medida que pretende
precisamente “minimizar a interação com a aviação geral”, e a proibição
de voo nas áreas de aproximação e descolagem de um aeroporto, “uma vez
que são consideradas fases críticas de voo”, sublinhou a APANT.
Desde o início do ano, este é o sexto incidente conhecido deste tipo.