SITTHUR denuncia despedimento coletivo na Escola de Hotelaria e Turismo e pede ao governo para parar o processo
Na missiva dirigida à tutela no dia 29 de Janeiro, a liderança do Sitthur pede ao governo que mande parar esse processo, mas ainda não obteve qualquer resposta neste sentido. Por isso, esta segunda-feira,8, está agendada uma reunião, na Direção-Geral do Trabalho, para uma tentativa de conciliação entre as partes.
Conforme a carta a que este jornal teve acesso, a administração da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde desencadeou, no passado dia 21 do corrente, um processo de despedimento coletivo de um grupo de trabalhadores daquele estabelecimento de formação profissional, com a alegação de falta de atividades e de recursos financeiros para suportar os custos com todo o pessoal.
«Causou-nos alguma estranheza essa iniciativa dessa instituição pública, quando o Governo tem-se posicionado e dado orientações ao setor público empresarial para não enveredarem por essa via e feito insistentes apelos ao próprio setor privado para evitarem despedimentos coletivos, evitando-se, assim, maiores problemas sociais decorrentes da crise pandémica que se vive no País. Mais grave, do nosso ponto de vista, é que essa iniciativa tem lugar no momento em que o País se prepara para a retoma e para uma nova largada, especialmente no setor do turismo com o anúncio das apostas feitas por investidores privados e de abertura para breve de novas unidades hoteleiras que, certamente, irão precisar de mão-de-obra qualificada para trabalhar», lê-se no documento.
Carlos Lopes qualificou de incompreensível essa medida de despedir trabalhadores com qualificação e experiência profissional comprovada neste momento. «É estranho e incompreensível essa iniciativa daquela Escola no momento em que, em vez de aproveitar essa paragem forçada das atividades turísticas, para intervir na melhoria da qualificação dos trabalhadores, tendo em vista o novo paradigma que se desenha para o futuro próximo, com exigências de um novo perfil profissional para o setor, pretende despedir quadros com qualificação e experiência profissional comprovada».
Para o secretário permanente do Sindicato de Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo filado na UNTC-CS, são, por outro lado, questionáveis os critérios utilizados de seleção dos trabalhadores que a Administração pretende despedir e dos que pretende manter, tendo em conta as funções desempenhadas, as responsabilidades, o vínculo laboral existente, de entre outros.
«Nestes termos, e tendo em conta o que o Governo tem vindo a defender, publicamente, mesmo para o setor privado, solicitamos que seja mandado parar esse processo que, em nossa opinião, não se justifica, pois, todos - quer do setor público, quer setor privado-, têm vindo a consentir enormes sacrifícios tendo em conta a crise (pandemia de covid-19) que vivemos», conclui a carta remetida ao Vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, com cópia aos ministros Carlos Lopes (Turismo e Transportes) e Amadeu Cruz (Educação).