Produção de camarão é afetada pela pandemia de covid-19

Em entrevista exclusiva ao Asemanaonline, Nelson Atanásio, diretor da Fazenda do Camarão, destaca que, a covid-19 teve um “impacto brutal” na produção do camarão. Atanásio explica que a empresa já estava num processo de produção capaz de abastecer Cabo Verde, com vendas para as ilhas do Sal, Boa Vista, uma quantidade elevada para a Praia, portanto nos sítios onde havia um mercado emergente bom para o turismo.


Com muitos constrangimentos, Nelson indica que a empresa tinha um quadro de pessoal capaz de produzir para abastecer Cabo Verde e exportação, e de repente o país pára com a pandemia de Covid-19 e não há, segundo ele, condições para vendas em grandes quantidades e não há exportação. Com isso, a empresa viu-se obrigada a diminuir o seu número de trabalhadores.


“Nós estávamos a trabalhar com 40 e tal trabalhadores e íamos aumentar para 60 e pouco, mas infelizmente tivemos que reduzir para 20 e tal trabalhadores”, avança.


Mas empresário destaca que aconteceram duas grandes vitórias, mesmo com essa pandemia, para a firma. Uma delas tem a ver com a produção da própria larva aqui no país, que antes se importava dos Estados Unidos, e que o projeto que era direcionado “a engorda de camarão, agora está-se a produzir camarão”. Um processo que, conforme acrescenta, já está a ser dominado.


Uma outra forma para que a produção não dependesse totalmente do exterior, é a criação do próprio alimento para o camarão. “Neste momento a outra grande vitória que temos é que estamos a fazer as nossas rações, com a farinha de peixe de São Nicolau e o milho da Moave com sede no Mindelo”, enfatiza o diretor.


Diante de muitos obstáculos, Nelson assegura que elementos da direção estão esperançosos de que neste ano a empresa pensa produzir 3 vezes mais do que em 2020, que ficou em cerca de 20 toneladas de camarão.


Para o futuro, a mesma fonte adianta que, logo que a situação venha a normalizar-se, a empresa pensa apostar na exportação, o que terá que ser feita por via área.


Referindo-se ao processo de acucultura, o entrevistado do Asemanaonline revela que a produção é feita com base na água do mar e que somente 40% dos viveiros estão com camarão a crescer. Tudo isso a pensar, segundo faz questão de realçar, que a situação vai melhorar.


Nelson Atanásio Santos aproveitou este diário digital mais lido no país e junto da comunidade cabo-verdiana radicada no estrangeiro para dizer que a Fazenda do Camarão está a investir fortemente em energias renováveis, quer solar, quer eólica.


Neste momento, o camarão do Calhau está a ser comercializado no mercado grossista e retalhista de São Vicente e em pouca quantidade na Cidade da Praia, Capital de Cabo Verde.


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