Portugal: 18 polícias acusados de agressão a 6 jovens da Cova da Moura que acolhe muitos cabo-verdianos
O Ministério Público português acusa 18 agentes da PSP, a polícia de segurança pública portuguesa, de terem agido com ódio racial, de forma desumana e cruel para causar sofrimento no caso contra seis jovens da Cova da Moura em 2015.
Os 18 elementos da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial estão acusados de denúncia caluniosa, injúria, ofensa à integridade física e falsidade de testemunho, no caso que envolveu agressões que começaram no bairro e continuaram na esquadra.
A patrulha da PSP “numa operação de rotina”, ao início da tarde de 5 de fevereiro de 2015, deteve um jovem e agrediu-o violentamente, apesar de ele não ter oferecido resistência. Na esquadra, um total de seis jovens, dois deles membros da direção da “Associação Moinho da Juventude” foram torturados pela polícia.
A acusação afirma que os elementos da PSP espancaram, ofenderam a integridade física e trataram de forma vexatória, humilhante e degradante as seis vítimas — moradoras do bairro da Cova da Moura, maioritariamente habitado por cabo-verdianos e descendentes —, além de incitarem à discriminação, ao ódio e à violência por causa da raça.
Sindicato: "deverão ser expulsos do seio da instituição policial"
“Caso se venha a confirmar que todos ou alguns dos polícias visados tenha cometido por ação ou omissão os crimes que lhe são assacados e após sentença judicial que os condene, deverão ser expulsos do seio da instituição policial”, considera a ASPP / PSP, o sindicato da classe, em comunicado.
Isso para “reparar o bom nome, o prestígio e a legitimidade da esmagadora maioria dos profissionais que não se reveem em comportamentos deste género”, considera a ASPP.
Fontes: Lusa, DN, RTP. Foto: “Associação Moinho da Juventude” — instituição nascida no bairro há uns 30 anos.