Importação de combustíveis em Cabo Verde caiu 25% em 2020

De acordo com informações avançadas pela Lusa relativas aos dados do Banco de Cabo Verde sobre as importações nacionais, o país importou de janeiro a dezembro de 2020 pouco mais de 6.793 milhões de escudos (61,5 milhões de euros) em combustíveis de vários tipos, o que representa uma média diária equivalente a 18,5 milhões de escudos (168 mil euros).

De janeiro a dezembro de 2019, ano em que a economia cresceu acima dos 5% do Produto Interno Bruto (PIB), essas importações de combustíveis ascenderam a quase 9.069 milhões de escudos (82,2 milhões de euros).

Os dois meses de estado de emergência, avança a mesma fonte, em abril e maio, com confinamento generalizado da população e restrições à circulação, e o encerramento do arquipélago a voos internacionais de março a outubro, para conter a transmissão da pandemia de covid-19, explicam a quebra de 25% nestas importações no espaço de um ano.

Trata-se de um recuo para níveis inferiores a 2017, ano em que o país importou 7.571 milhões de escudos (68,6 milhões de euros) em combustíveis.

Falando da situação económica do arquipélago, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou recentemente que apesar de acreditar que a introdução da vacinação contra a covid-19 nos mercados emissores de turistas para Cabo Verde transmita “confiança” aos consumidores, a retoma económica será “muito lenta ainda em 2021”, cita Lusa.

Cerca de 25% do PIB de Cabo Verde depende do turismo, mas o setor está praticamente parado desde meados de março, com o início da aplicação das medidas restritivas para travar a transmissão da pandemia de covid-19, com o encerramento do arquipélago a ligações aéreas internacionais, que só foram retomadas em outubro.

A quebra nas receitas fiscais com o turismo, bem como o aumento das despesas do Estado com apoios sociais, às empresas e no reforço da saúde, para travar a pandemia, levam o Governo a estimar uma recessão económica superior a 10% em 2020, admitindo um crescimento acima de 3% do PIB em 2021, dependente da retoma do turismo.


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