Câmara vai implementar nova política municipal para o ensino pré-escolar em parceria com ONG/Fogo

A Câmara Municipal de São Filipe vai definir e implementar no próximo ano lectivo uma nova política municipal para o ensino pré-escolar, que passa pela restruturação das redes de jardins de infância, anunciou hoje o presidente Nuías Silva.

O anúncio foi feito no acto da abertura do workshop de capacitação em técnicas de advocacia para educação destinado às instituições parceiras na região de Sotavento, como artistas e jornalistas, promovido pela Rede Nacional da Campanha de Educação para Todos de Cabo Verde.

A nova política municipal do pré-escolar, segundo o mesmo, passa pela reestruturação das redes de jardins de infância da autarquia para melhorar a qualidade, salientando que a mesma passa pela criação de um departamento a nível municipal, com um coordenador pedagógico para trabalhar em parceria com o Ministério da Educação.

Quanto às organizações não-governamentais, ONG, passam a fazer a gestão dos jardins e a câmara vai disponibilizar os recursos financeiros, deixando de gerir directamente este espaço.

Além da questão da política municipal do ensino pré-escolar, o autarca anunciou a intervenção para criação de condições para eliminar as barreiras arquitectónicas que dificultam o acesso aos espaços escolares.

Durante a sua intervenção na cerimónia de abertura manifestou a disponibilidade da autarquia de São Filipe para dialogar com o ponto focal da rede na ilha do Fogo para definir algum tipo de protocolo entre as duas instituições para algum financiamento de algumas actividades, mas também disponibilizar um espaço físico para que tenha uma presença física a nível da ilha.

“A causa da educação é nobre e deve convergir todos, independentemente das opções político-partidárias, religiosas, culturais, é uma causa nacional”, disse Nuías Silva, salientando que a educação de qualidade não pode começar no topo, mas começar pela base (pré-escolar) e mostrou-se satisfeito com o facto de existir um diploma que define o quadro legal para o ensino pré-escolar.

Para o mesmo, para garantir a educação inclusiva a Câmara Municipal de São Filipe gasta, anualmente, perto de 30 mil contos, um valor perto dos 40 mil contos que a Ficase (Fundação Cabo-verdiana de Acção Social Escolar) gasta por ano com transporte escolar a nível nacional, sublinhando que o seu município recebe por ano apenas mil contos desta instituição e por isso reclama um valor maior para poder ajudar a todos.

Ainda a nível da educação, este salientou que o seu município gasta 13 mil contos/ano para atribuir subsídios para jovens que frequentam as instituições do ensino superior.

Além da retenção desse valor com a criação de ensino superior na ilha, a mesma fonte aprontou outra vantagem que é a fixação da intelectualidade na própria ilha, já que fica difícil fazer regressar os jovens que estudam noutras paragens.

Já o presidente da rede, Marciano Monteiro, indicou na cerimónia de abertura que a instituição que preside não é opositora dos governos, central e locais, mas que pretende juntar as vozes para atingir a tão almejada educação de qualidade, inclusiva e para todos.

Segundo o mesmo, se todos colocarem à disposição as suas forças, energias e vontade de fazer é possível atingir a educação de qualidade para todos.

O workshop decorre nas instalações do auditório do Padre Pio Gottin e tem por objectivo capacitar e fortalecer as organizações não-governamentais (ONG), profissionais de educação, associações de base comunitária, artistas, jornalistas e activistas sociais na advocacia para a educação.

Esta acção de capacitação visa orientar as organizações, coalizões da sociedade civil, movimentos sociais, activistas e cidadãos sobre o tema da advocacia para educação especial, através de apresentação de conceitos, directrizes, ferramentas e métodos úteis para a elaboração e a implementação de estratégias de advocacia.

Depois da sessão de abertura, a gestora de portfólio e educação e pequena infância da Unicef em Cabo Verde, Ana Cristina Ferreira, apresentou o tema “Papel da sociedade civil sobre a situação da criança vulnerável em Cabo Verde: área da educação”.

Este workshop enquadra-se no plano da RNCEPT-CV 2020-2021 que pretende igualmente apoiar respostas eficazes no sector da educação.

Dois módulos serão ministrados, sendo o primeiro sobre “fundamentos teóricos e visão estratégica da advocacy” e o segundo sobre “construção de uma estratégia de advocacy para a educação”, com vários subtemas. A Semana com Inforpress


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