Israel retira detetores de metais da Esplanada das Mesquitas
Israel decidiu retirar os detetores de metais na entrada da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, alvo de fortes protestos nos últimos dias, e substituí-los por câmaras de vigilância. A decisão foi tomada na noite de segunda-feira pelo Gabinete de Segurança do Governo israelita.
“A medida responde à recomendação de todos os corpos de segurança de
incorporar medidas de segurança baseadas em tecnologias avançadas em
lugar dos detetores de metais”, avança o comunicado emitido no final da
reunião do Gabinete de Segurança.
Um dos participantes na reunião, que durou quatro horas, avançou ao diário israelita Haaretz que “também vão ser retiradas algumas das câmaras de vigilância instaladas no recinto”. A instalação das câmaras é contestada pelos palestinianos, que
consideram que só pretende reforçar o controlo de local sagrado dos
israelitas. Como forma de protesto, recusam-se a entrar no complexo e
optam por realizar as orações nas ruas.
A colocação dos detetores de metais, decidida depois de um ataque no
passado dia 14 de julho em que morreram dois polícias na Esplanada,
provocou vários protestos e atos de violência, que resultaram nas mortes
de sete pessoas, quatro palestinianos e três israelitas, e mais de 500
feridos.
A escalada de violência começou com o atentado contra dois polícias nas
imediações da Esplanada das Mesquitas há 11 dias, seguido de novas
medidas de segurança implantadas por Israel nos arredores do recinto, a
que os muçulmanos se opuseram com protestos que terminaram em confrontos
com as forças de segurança.
Quatro adolescentes palestinianos morreram nos confrontos. Noutro caso,
um jovem palestiniano apunhalou até à morte três pessoas de uma família
israelita.
No passado domingo, o Governo de Benjamin Netanyahu enfrentou uma crise
adicional quando foi proibida a saída da Jordânia de um segurança da
embaixada israelita em Amã que, segundo a versão oficial israelita,
matou um adolescente jordano que tentou apunhalá-lo com uma chave de
fendas.
No entanto, na noite de segunda-feira, o gabinete do primeiro-ministro
israelita anunciou que os funcionários da embaixada, incluindo o
segurança, tinham chegado a Israel sem problemas.
Problema resolvido até sexta-feira
O emissário da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, afirmou que a
crise na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém tem de estar resolvida
até sexta-feira.
“É muito importante que seja encontrada uma solução para a crise até
sexta-feira, porque os riscos de escalada de tensão vão aumentar quando
se entrar noutro ciclo de oração”, afirmou Nickolay Mladenov.
O Conselho de Segurança da ONU deverá reunir-se novamente esta terça-feira para abordar o conflito israelo-palestiniano.
A Esplanada alberga a Mesquita de Al-Aqsa e a Cúpula do Rochedo e é
considerado o terceiro lugar mais sagrado do Islão, depois de Meca e
Medina, na Arábia Saudita.
Para o judaísmo é o local mais sagrado, denominado Monte do Templo, na base do qual fica o Muro das Lamentações.
c/ agências internacionais