China aumenta influência em África com a instalação da base militar em Djibouti

A República Popular da China (RPA) acaba de inaugurar, no Djibouti, no nordeste da África, a sua primeira base naval no continente. O recente acordo assinado com as autoridades locais, onde já existem instalações militares dos Estados Unidos, França e Japão, permite a Pequim o estacionamento de uma força de 10 mil soldados, até 2026.


O acto que marcou ao início da operação da referida base aconteceu na última terça-feira, 01. A inauguração dessa base naval, com o hastear da bandeira chinesa, coincide com o aniversário de 90 anos do Exército de Libertação Popular.

Para observadores atentos, com essa acção militar, a China aumenta a sua influência em África, onde está a financiar aos vários países membros um forte programa virado para o desenvolvimento local, focado sobretudo na industrialização do continente negro.

Segundo informações citadas pelo Portugal Digital, a primeira frota de navios de guerra da China, que irá ficar baseada no Djibouti, saiu de Zhanjiang, no sul da China. Diz a mesma fonte que a China iniciou a construção da base em Djibouti no ano passado.

De acordo com a informação oficial de Pequim, será uma instalação de logística para reabastecer os navios da marinha que participam em missões de paz e humanitárias na região. “A base assegurará o desempenho das missões da China, como escolta, manutenção da paz e ajuda humanitária na África e no oeste da Ásia”, segundo a agência chinesa Xinhua.

Situado no «corno de África», o Djibouti é um pequeno país, que faz fronteira com a Etiópia, a Eritreia e a Somália. Embora quase sem recursos naturais, goza de posição privilegiada no acesso sul ao Mar Vermelho para o Canal de Suez.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da China, a novel base militar visa dar “ maiores contribuições” para a paz em África, contribuindo também para o desenvolvimento da economia do Djibouti.

Contrapartidas e inquietação da Índia

Entretanto, segundo o site Maranauta.media alternativa, no contexto da instalação chinesa em Djibouti e da instalação de 10.000 homens na África, a República Popular da China irá construir uma estrada de ferro, ligando Djibouti a Addis-Abeba, no montante de US$ 3 bilhões de dólares.

Obock , onde fica a novel infraestrutura, será a primeira base naval chinesa de dupla utilização - civil e militar - no estrangeiro, desde a odisseia do almirante Zheng He, o «grande-eunuco das três jóias», que no século XV tentou restaurar a «rota da seda» por via marítima, precisamente com o Djibouti.

Conforme as autoridades dos dois paises, oficialmente esta «instalação» naval será utilizada na luta contra os piratas somalis. No entanto, ela terá, sobretudo, por função garantir a segurança da nova «rota da seda» marítima.

Aliás, a Marinha chinesa tinha já evacuado, em Março e Abril de 2015, os seus expatriados do Iémen. Tratou-se de uma primeira operação deste tipo fora da esfera de influência tradicional de Pequim.

A iniciativa no Djibouty não, no entanto, é pacifica. A Índia, por exemplo, observa com inquietação a implantação militar chinesa à sua volta.


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