Oposição venezuelana exige explicações sobre ataque a base militar

A aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) exigiu, no domingo à noite, explicações ao Presidente da Venezuela sobre o ataque a uma base militar e instou Nicolas Maduro a respeitar a Constituição para garantir a paz.

"É nosso dever, como representação política da imensa maioria do país, insistir na exigência de uma explicação dos factos", disse a MUD, numa conferência de imprensa em Caracas, durante a qual foi lido um comunicado das forças opositoras.

De acordo com o comunicado, a "unidade democrática exige o retorno da ordem constitucional para garantir a paz do país e evitar um maior derramamento de sangue". A oposição advertiu "há meses, perante o país e a comunidade internacional" que "a fraude" que representa a Assembleia Constituinte, eleita a 30 de Julho, com poderes ilimitados e por um período máximo de dois anos, só vai "agravar profunda crise política, social e institucional" na Venezuela.

"A crise que o nosso país já viu nas ruas e lares, manifestou-se hoje [domingo] expressa e publicamente nos quartéis das nossas Forças Armadas", avisou.

"Não podemos ignorar a gravidade da importância deste momento histórico: estamos a tempo de evitar que este já suficiente conflito sangrento, cuja repressão ditatorial deixou um balanço de mais de 120 assassinados, se converta num conflito armado entre os venezuelanos", sublinhou.

Segundo a MUD, "a grande maioria do país tem lutado por uma saída constitucional, pacífica e eleitoral desta crise, mas as acções ditatoriais de Nicolas Maduro têm ocasionado este tipo de factos que podem devir num conflito de maior envergadura".

A oposição alertou ser "necessário deter o avanço ao abismo a que o regime insiste em conduzir" a Venezuela.

"A ilegítima e ditatorial actuação da fraudulenta Constituinte já custou ao país um acelerado encarecimento do custo de vida, uma grave contrariedade internacional, como é a saída do Mercosul, a condenação mundial perante a arremetida constitucional contra a procuradora-geral, um novo assassínio produto da repressão e um conflito armado num dos principais fortes militares do país", sublinhou.


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