Trump ameaça "fechar o governo" para construir muro na fronteira mexicana
O Presidente dos Estados Unidos promete "fechar o governo" se os democratas continuarem a obstruir a construção do muro na fronteira com o México. Num discurso inflamado no Arizona, apontou mais uma vez baterias aos media.
Num comício em Phoenix, no Estado do Arizona, Donald Trump acusou os
democratas de serem "obstrucionistas" em relação ao muro que pretende
erguer ao longo da fronteira com o México.
Acusou a oposição de "colocar toda a segurança da América em risco" e
ameaçou "fechar o governo" para concretizar o seu objetivo, embora não
tenha esclarecido de que forma seria possível concretizar a ameaça.
Durante o seu discurso, uma vez mais sob o bordão "Make America Great Again", que durou 80 minutos, apontou as suas baterias aos media, culpando-os de fornecer uma “plataforma” aos grupos de extrema-direita.
Enquanto as palavras do Presidente eram aplaudidas no interior do centro
de conferências, manifestantes anti-Trump envolviam-se em confrontos
com a polícia na rua.
O que Trump disse sobre Charlottesville
O Presidente norte-americano acusou os repórteres de "falsificar" as
suas palavras "perfeitas" em relação aos acontecimentos em
Charlottesville, onde uma mulher morreu quando um carro atropelou uma
multidão que protestava contra manifestantes de extrema-direita.
Trump citou a sua resposta pública inicial: "Estamos a seguir de perto
os terríveis acontecimentos que se desenrolam em Charlottesville,
Virgínia. Condenamos, nos termos mais fortes possíveis, essa exibição
flagrante de ódio, fanatismo e violência".
"Isto foi o que eu disse no sábado logo após o evento", afirmou Donald Trump.
Mas na realidade o que o Presidente dos EUA disse no dia 12 de agosto
foi o seguinte: "Condenamos, nos termos mais fortes possíveis, esta
exibição flagrante de ódio, fanatismo e violência em muitos lados, em
muitos lados".
As contradições de Trump têm sido repetidas em série pelos órgãos de
comunicação social dos Estados Unidos. Desde a sua posição sobre o NAFTA
(acordo comercial entre os EUA, México e Canadá) até à questão da
Coreia do Norte, o presidente tem feito sucessivas declarações
contraditórias.
Trump começou e acabou o seu discurso a pedir ao povo americano para se
unir porque "os falsos meios de comunicação" estão a "tentar tirar-nos a
nossa história e a nossa herança".
"Eles não gostam do nosso país", rematou.