“Novo estado de emergência não seria o melhor caminho para a saúde das empresas no País” – analista
O economista António Baptista considera que um
novo estado de emergência não seria o melhor caminho para a saúde das empresas
em Cabo Verde, apontando que agora é o momento de melhorarem a receita.
Em
entrevista à Inforpress, numa análise sobre a educação financeira das empresas
no arquipélago em tempos de crise, António Baptista disse que a saúde vem
sempre em primeiro lugar, mas deve-se intensificar os planos de contingência e
não sufocar ainda mais as empresas.
No seu
entender, as empresas estão num momento em que há possibilidade de retoma e
esta é uma forma de negociar com os fornecedores novas formas de pagamentos de
créditos e outras despesas, que ficaram condicionadas com a pandemia.
“Agora
é um momento para as empresas melhorarem o facturamento, pois foram vários
meses em que a receita diminuiu e isso contribuiu ainda para um grande número
de despedimentos no País”, assinalou.
Além
disso, frisou, as estruturas de muitas empresas têm altos custos, com
equipamentos, salários e outras despesas, mas com novas limitações acarretariam
maiores dificuldades financeiras, levando muitas vezes ao encerramento das
mesmas.
“Quando
é assim, a alternativa é fazer uma avaliação dos activos e passivos numa patrimonial,
e vender bens que não estejam ligados à produção”, atestou.
Nesta
linha, sublinhou, a educação financeira é essencial, como factor orientador
para que qualquer empresa ou empresário saiba lidar com situações provocadas
por crises que podem perdurar a longo ou a curto prazo.
António
Baptista, que é presidente da Associação de Promoção à Educação Financeira
(Profin), disse que o grande problema de muitas empresas em Cabo Verde é a
falta de liquidez, em que grande parte da “mortalidade” das mesmas estão
associadas a dificuldade de fluxo de caixa, que está associada, por sua vez, à
dificuldade nas receitas, no volume de negócios e também controlo de custos
mais rigorosos.
FONTE: INFORPRESS