Mais de um milhão de pessoas em fuga à aproximação do Irma
Há a lamentar para já 14 mortos nas ilhas das Caraíbas afetadas pelo furacão. A tempestade chegou à ilha de Inagua, nas Bahamas já a dar sinais de estar a perder força, apesar de se manter no grau 5. O Centro norte-americano de furações degradou entretanto o grau do furacão para 4.
Nas paredes do olho do furacão, onde têm maior intensidade, os ventos
sopravam há três horas a 260 quilómetros por hora em vez dos 300
registados nos últimos dias informou o Centro norte-americano de
furacões.
Às 02:00 hora locais (07:00 em Lisboa) o olho do furacão passou a 30
quilómetros a norte da ilha Grande Inagua - que tem um milhar de
habitantes -- a uma velocidade de 26 quilómetros por hora em direção
norte-noroeste.
Pelas 10h20, hora portuguesa, a tempestade passou a ventos sustentados
de cerca de 150 quilómetros hora, pelo que a sua qualificação foi
revista para grau 4.
Ao longo da manhã, o Irma vai prosseguir para sudeste das Bahamas e
ameaçar depois a costa norte de Cuba e o resto das Bahamas até sábado.
Em Cuba foi declarado o alerta máximo e cerca de 10 mil turistas foram
retirados de hotéis e residências nas zonas costeiras mais expostas.
Mais de 700 mil pessoas deixaram as suas casas.
O Governo garante que os portugueses estão em segurança.
Outras 19 mil pessoas na República Dominicana tiveram de deixar tudo
para trás, com a ilha a ser afetada por ventos de 285 quilómetros hora e
muita chuva.
O furacão deverá chegar à Florida, nos EUA, no domingo. Foi dada ordem
de evacuação obrigatória para as zonas costeiras da Florida e no Estado
da Georgia, que abrangem cerca de um milhão de pessoas.
São ainda esperadas subidas de maré que podem chegar aos oito metros e
existe o perigo de que a chuva faça transbordar o dique Herbert Hoover
devido ao aumento do nível do lago Okeechobee.
Sete cidades a sul do lago foram evacuadas, depois de as autoridades
federais estimarem que "haverá impactos adicionais do vento excessivo,
que empurra um pouco de água sobre o dique", indicou um comunicado do
seu gabinete.
As ordens de evacuação para o sul e centro da Florida incluem Miami-Dade
e Palm Beach, onde fica Mar-a-Lago, a residência de verão do Presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Se estão nas zonas de evacuação, saíam", pediu o governador da Florida (sudeste) Rick Scott.
"Dizemos a toda a gente: abandonem a Praia de Miami. Nunca pensei vir a
dizer isto mas digo-o hoje", preveniu por seu lado o presidente de Miami
Beach, Philip Levine, na cadeia Fox News.
Como uma "bomba atómica"
O Irma causou até agora mais de 14 mortos à passagem pelas Antilhas
Menores e Porto Rico. Nesta ilha cerca de três milhões de habitantes
estão sem eletricidade. Os refúgios abertos acolhem já 62 mil pessoas.
No Haiti, o Irma levou telhados e fez pelo menos dois feridos. Até agora
não há notícia de mortos. Há contudo avisos devido à subida das águas
no nordeste da ilha que poderão provocar inundações consideráveis.
Nas outras ilhas afetadas pelo furacão quarta-feira, o cenário é de
desolação. Em Saint Martin tudo parece "ter sido soprado" por uma "bomba
atómica", afirmou um habitante da ilha francófona na cadeia Franceinfo.
Mais de 60 por cento das casas ficaram inhabitáveis.
As ilhas de Barbuda, Anguilla e Saint Martin foram arrasadas.
Os portugueses presentes nas ilhas contam o que presenciaram à passagem do Irma.