São Filipe: Agentes da Esquadra da Polícia Nacional reclamam sobrecarga horária e dívidas de 800 contos por serviços prestados à ASA
Com um número reduzido de efectivos que labora na Esquadra, a Policial Nacional em São Filipe encontra-se, há vários anos, a trabalhar por turnos de 24 horas, que são obrigados a prestar serviços remunerados, ficando com o período para o descanso inferior ao estabelecido por lei. A denúncia parte de uma fonte local, para quem, neste momento, aquela unidade policial funciona com apenas 23 agentes, incluindo o pessoal da administração e o comandante regional. O colectivo ameaça, por outro lado, levar a ASA ao tribunal para poder assim cobrar os seus 800 contos de dívidas por serviços que prestaram no aeroporto local.
Para um dos agentes que prefere o anonimato, "os efectivos da PN para S.Filipe são manifestamente insuficientes". Considera que esta carência de agentes está a pôr em causa a necessária segurança dos munícipes, bem como o normal funcionamento dos serviços da brigada de trânsito e de investigação criminal.
A mesma fonte acrescenta que o descontentamento dos agentes de São Filipe já é do conhecimento da Direcção Nacional da PN e do ministro da Administração Interna, Paulo Rocha. Por isso, acusa as autoridades superiores de "não se importarem com o que está a acontecer e que nada fazem para aumentar o número de agentes” na região.
Um outro elemento da PN ouvido pelo Asemanaonline disse que nesta esquadra "a falta de agentes é gritante. Desde o ano de 2005 a esta parte, a esquadra perdeu mais de 20 efectivos. Alguns por reforma, outros devido à emigração". O interlocutor deste jornal defende, por isso, ser necessário o aumento urgente do número de efectivos para evitar a sobrecarga de trabalho aos actuais elementos do quadro de pessoal.
Como consequência de tudo isto, um elemento da PN informa que "alguns agentes estão a trabalhar mais de 12 horas por dia, o que torna cansativo e desgastante para o pessoal. Neste momento, a própria população começa a notar o escasso movimento policial pelas ruas da Cidade de São Filipe".
A situação por que passa a Esquadra de São Filipe – reduzido numero de agentes para para realizar diligências - está a provocar descontetnamentos junto da população. É que, segundo alguns sanfilipenses, não se compreende como estes reduzidos números de agentes tem garantido segurança neste município, com mais de 40 mil habitantes. Soube este diário digital que, para manter o normal funcionamento e segurança no concelho, a esquadra vem recorrendo aos agentes da Guarda Fiscal e da Policia Marítima para reforçar os trabalhos de turnos.
"Estamos todos desmotivados e nestas condições, não temos como trabalhar. O pior é que o nosso Ministro sabe do que se está a passar aqui, mas simplesmente nada faz para resolver este problema", lamenta um outro agente que procurou este diário digital.
Agentes da PN voltam ameaçar levar a ASA ao Tribunal
Um grupo de agentes da Polícia Nacional, que prestava serviços de rastreio de passageiros, bagagens e cargas no aeroporto de São Filipe, volta a procurar o Asemanaonline para denunciar o não pagamento da remuneração correspondente a dois meses de serviços prestados em atraso.
Esses policiais dizem, por outro lado, estar descontentes com a empresa de Aeroporto e Segurança Aérea (ASA), que nega pagá-los a dívida de 800 contos - referentes aos meses de Dezembro (2016) e Janeiro deste ano.Caso o problema não seja resolvido nos próximos dias, os agentes ameaçam avançar com uma queixa crime junto das instâncias judiciais do Fogo.
Como apurou este diário digital, são 15 agentes e mais três subchefes que reclamam o pagamento dos seus rendimentos correspondentes a três meses de serviços prestado em atraso. São aproximadamente 800 contos de dívidas.
Apesar da insistência deste jornal, não foi possível, até ao fecho desta edição, ouvir a versão do comandante da Policia Nacional da Região Fogo e Brava, Roberto Fernandes. Havendo reacção do comando, prometemos retomar esta e outras matérias referidas nesta peça numa das próximas edições deste diário digital.