Conselho de Segurança reúne-se de emergência após nova provocação da Coreia do Norte

O Japão e os Estados Unidos pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para esta sexta-feira após o lançamento de um novo míssil balístico que sobrevoou território nipónico. Shinzo Abe, primeiro-ministro japonês, avisa Pyongyang que estas ações provocatórias não deixam prever “um futuro brilhante” para o país. Já o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, pede uma “ação direta” da Rússia e da China na pressão sobre o regime norte-coreano.

Escassos dias após a imposição de novas sanções pela comunidade internacional, Pyongyang responde com o lançamento de um novo míssil balístico que voltou a deixar o Japão em estado de alerta. O míssil partiu de Sunan, um local próximo da capital norte-coreana, e sobrevoou a ilha de Hokkad esta sexta-feira, caindo a cerca de dois mil quilómetros do território japonês. 

O lançamento não representou perigo direto para as populações, mas levou a que fosse emitido um alerta à população (também conhecido por J-Alert) para procurarem abrigo às primeiras horas da manhã de sexta-feira. O míssil sobrevoou a ilha pouco depois das 7h00 locais (23h00 de quinta-feira, em Lisboa).  

No total, o míssil voou cerca de 3.700 quilómetros. Mais uma vez, a Coreia do Norte mostra ter arsenal capaz de atingir território norte-americano, uma vez que a ilha Guam, visada nas mais recentes ameaças de Kim Jong-un, se situa a 3.380 quilómetros. 

Em menos de um mês, este foi o segundo lançamento levado a cabo pela Coreia do Norte a sobrevoar território japonês, o primeiro desde o novo ensaio nuclear do regime eremita, realizado a 3 de setembro.

Foi esse ensaio nuclear que acabou por ditar uma nova imposição de sanções pelas Nações Unidas, no início da semana, um pacote de sanções – o oitavo - que visa sobretudo fragilizar as exportações de crude e o setor têxtil. 

Ainda sem confirmações ou declarações na televisão estatal norte-coreana, onde os lançamentos balísticos são geralmente anunciados, a edição desta semana do jornal estatal Rodong Sinmun avisa que “não importa quão fortes sejam as pressões, isso não funciona connosco”.

Na quarta-feira, a agência de notícias KCNA ameaçavam “afundar” quatro ilhas do arquipélago japonês. Nos últimos dias, Pyongyang estendeu as ameaças nucleares apontadas aos Estados Unidos ao Japão e à Coreia do Sul, recriminando estes países pelo apoio "ardente" a Washington.

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