Cabo Verde quer vacinar mil pessoas diariamente

Através de uma resolução do Conselho de Ministros, o Governo define que é prioritário acelerar a vacinação da população elegível (acima de 18 anos)destas duas ilhas", para "permitir e garantir a retoma do turismo com uma maior segurança em termos sanitários, conforme escreve a Agência Lusa, acrescentando que o documento prevê que a população elegível para a vacinação na ilha do Sal ronde os 28.000 habitantes adultos e na Boa Vista cerca de 15.000.

"Tem-se por objetivo vacinar até finais de Julho de 2021 toda a população elegível" das duas ilhas, lê-se na resolução, que prevê a necessidade de vacinar diariamente pelo menos 600 pessoas no Sal e 400 na Boa Vista.

"Para alcançar o objetivo traçado é necessário e imperioso reforçar estas ilhas com mais equipas de vacinação de forma que consigam dar a resposta desejada e célere", acrescenta a resolução, citado pela Lusa.

Para o efeito, o processo de vacinação já foi reforçado com cinco equipas, num total de 20 profissionais, durante os meses de junho e julho, enquanto na Boa Vista são mais quatro equipas, com dez profissionais, entre enfermeiros e registadores, mobilizando um orçamento público de mais de 4,1 milhões de escudos (37 mil euros), que segundo a resolução governamental pode ser prolongado por mais um mês. "Este processo de vacinação em massa nas duas ilhas arrancou em 14 de junho, com o objetivo traçado de até agosto vacinar todos os adultos".

Dev salientar que Cabo Verde recebeu em 2019 um recorde de 819.308 turistas, 45,5% nos hotéis da ilha do Sal e 29,4% na Boa Vista, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística cabo-verdiano, num setor que representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago, mas a procura caiu cerca de 70% em 2020, devido à pandemia de covid-19.

Aquelas duas ilhas concentram também a maioria das 284 unidades hoteleiras que funcionavam em Cabo Verde antes da pandemia, então com uma oferta oficial em todas as ilhas superior a 21 mil camas. No Sal, com 30 unidades hoteleiras, a oferta era de 9.571 camas, enquanto nas 24 unidades na Boa Vista a oferta ascendia a 6.395 camas.

De acordo com informação transmitida anteriormente pelo ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, estes grupos hoteleiros privados também se associaram ao processo de vacinação nas duas ilhas, no sentido de garantir a retoma da procura turística por Cabo Verde, que no primeiro trimestre deste ano registou pouco mais de 12.000 turistas.

"A vacinação está a ser acelerada nas ilhas do Sal e da Boa Vista porque com a vacinação a decorrer nos países emissores de turistas (essencialmente europeus), uma das condições que pedem ao país é que os destinos dos seus cidadãos sejam pelo menos vacinados para reduzir a possibilidade de haver propagação de infeções, muito embora venham vacinados", apontou recentemente Jorge Noel Barreto, diretor nacional de Saúde.

Para já, o plano de vacinação em Cabo Verde contempla no resto do arquipélago os grupos prioritários, nomeadamente profissionais de saúde, idosos, doentes crónicos, polícias, militares, bombeiros, professores e trabalhadores ligados ao setor do turismo, escreve a nossa fonte.

Já o primeiro-ministro de Cabo Verde assumiu este mês no parlamento que a vacinação da população contra a covid-19 é a primeira prioridade da nova legislatura, prevendo que 52% dos adultos estejam vacinados até Agosto.

"Na situação de emergência e de contingência em que o país se encontra, a primeira prioridade é massificar a vacinação para atingirmos a meta de vacinar mais de 70% da população de Cabo Verde em 2021", afirmou Ulisses Correia e Silva, ao apresentar na Assembleia Nacional o Programa do Governo para a legislatura (2021/2026), antecedendo a necessária votação de uma moção de confiança, que foi aprovada por maioria.

"Com um número significativo de vacinas chegadas recentemente, prevê-se que até agosto possamos ter vacinado um total de 200 mil pessoas, correspondente a 52% da população elegível. Mais vacinas chegarão ao país para podermos atingir a meta definida", afirmou Ulisses Correia e Silva, citado pela Lusa.

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