Cabo Verde inicia preparativos para apresentação do Campo de Concentração e da Tabanca a Património Imaterial da Unesco

O acto de abertura do referido seminário promovido pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do Instituto do Património Cultural (IPC) foi presidido pelo ministro, Abraão Vicente, na Cidade da Praia, que em declarações à imprensa, afirmou que Cabo Verde já tem identificado pela Unesco um conjunto de bens materiais e imateriais que podem ser inscritos a Património Imaterial da humanidade.

Destacou o importante papel que as entidades locais desempenham no processo de apresentação dos bens a Património Imaterial da Humanidade, reforçando que a intencionalidade de classificar e preservar tem que ser primeiro inscrita nos programas municipais.

O evento, segundo o governante, servirá para Cabo Verde dar um ‘feedback’ a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre os preparativos que têm que ser feitos e promover a socialização junto da sociedade civil, tendo referido que a lista indicativa deve ser encarada como uma ferramenta de gestão territorial, cujos desafios quotidianos exigem, por parte dos agentes responsáveis um contínuo treinamento e capacitação.


“Falta fazer o trabalho conjunto que é necessário e que foi o trabalho que fizemos em relação à Morna, não é suficiente apenas anunciar a vontade dos países em classificarem os bens a Património Imaterial da Humanidade. O que estamos a fazer aqui é o trabalho preparatório para os dois bens que queremos apresentar proximamente, que é o Campo de Concentração do Tarrafal e a Tabanca”, disse.


No entanto, informou que a dificuldade de Cabo Verde neste momento, tem a ver com a capacitação dos técnicos na conclusão dos dossiers técnicos, realçando que qualquer passo definitivo para a classificação de qualquer dos oito bens a património imaterial que Cabo Verde tem inscritos na lista da Unesco deve ser consequência da apropriação das suas comunidades.


Disse, por outro lado, que o Campo de Concentração do Tarrafal não estaria hoje “melhor posicionado”, caso a equipa envolvida no processo não tivesse corrigido as falhas contidas na lista enviada pela Unesco, acrescentando que o Governo quer envolver Guiné-Bissau e Angola, que são os dois países que tiveram o “grosso dos presos” no Campo de Concentração e mobilizar a sociedade civil cabo-verdiana neste processo.


“No caso de Tarrafal já tinha sido identificado pela Unesco, enviaram um relatório com um conjunto de falhas estruturais do próprio edifício e neste momento a próxima fase é todo o trabalho de investigação e capacitação científica para que o dossier esteja ao nível daquilo que é necessário na Unesco”, afirmou, sem, no entanto, avançar a data para a conclusão dos trabalhos.

Abraão Vicente salientou ainda que a entrega de qualquer uma das candidaturas por parte de Cabo Verde dependerá unicamente da maturação científica do dossier, frisando que enquanto os técnicos, experts da Unesco, do IPC, das câmaras municipais e as comunidades não estiverem devidamente consciencializados sobre o valor dos bens materiais e imateriais não haverá qualquer entrega por parte do Governo.


Cabo Verde tem inscritos na lista da Unesco o Parque Natural de Cova, Paul e Ribeira da Torre, Complexo de Áreas Protegidas de Santa Luzia e Ilhéus Branco e Raso, Salinas de Pedra do Lume, Centro Histórico da Praia, Campo Concentração Tarrafal, Centro Histórico de São Filipe, Parque Natural de Chã das Caldeiras e Centro Histórico de Nova Sintra.


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