Realojamento das famílias de Alto São João e Santa Cruz é “grande expectativa” do Governo / Sal

Segundo escreve a Inforpress, a governante fez estas declarações à saída de um encontro de trabalho com o presidente da Câmara Municipal do Sal, Júlio Lopes, no âmbito da sua visita de três dias a esta ilha.

“Aproveitamos para partilhar com o presidente e sua equipa os desafios do Ministério da Coesão Territorial, que tem, acima de tudo, uma responsabilidade de concessão de políticas transversais que vão no sentido de explorar o potencial do desenvolvimento económico de cada município, de cada ilha, que vão no sentido de reduzir as disparidades e assimetrias regionais e políticas que na verdade vão trabalhar para a convergência no sentido de levar os mesmos níveis de desenvolvimento para todos”, informou.

A governante disse ainda que falar de coesão territorial é, na verdade, falar de igualdade e o quê que se está à procura é que se consiga, em termos macro, colocar uma política em curso, que vá desde a questão do investimento público, pensado e planificado, exatamente para que as oportunidades sejam exploradas e para que possa acontecer o desenvolvimento.

“É algo que naturalmente só vai produzir os seus efeitos a longo prazo, porque acima de tudo, será uma concessão de políticas, uma articulação, sendo certo que será cada sector que irá, efetivamente, implementar a nível específico e micro aquilo que for conceptualizado”, frisou.

Janine Lélis sublinhou, entretanto, que em relação à ilha do Sal continua a ser “expectativa grande” o realojamento das famílias.

“Registamos com satisfação a retoma das obras. isso é algo que vem sendo trabalhado desde a legislatura passada e que pensamos poder concluir agora, com algum atraso, sim, mas que foge ao nosso controle, porque era obra financiada pelo fundo do turismo, daí sempre a questão da necessidade da retoma, faltaram fundos para garantir a sua continuidade”, afirmou.

“Nesse assunto é, disse, essa questão que se coloca”, disse Janine Lélis, defendendo ainda que é fundamental uma “fiscalização firme” para que essa realidade não se propague, sob pena de não se conseguir, de facto, fechar essa questão que tem a ver com a dignidade das pessoas e uma casa para que possam viver melhor.

O Governo concedeu um aval de 842.151.000 escudos à Infra-estruturas de Cabo Verde para construir mais de 800 casas para realojar moradores de bairros de barracas nas ilhas turísticas da Boa Vista e do Sal.

Em causa está a autorização, concedida pelo Governo à Direção-Geral do Tesouro, em 15 de Janeiro, face ao “défice momentâneo de financiamento” da terceira fase do programa de realojamento para 1.174 agregados familiares nas duas ilhas, devido à “actual conjuntura económica”.

De realçar que o programa de realojamento é financiado pelo Fundo de Sustentabilidade Social para o Turismo (FSST), que na primeira fase envolveu a requalificação e expansão das redes de saneamento e loteamento dos bairros localizados em assentamentos informais. Seguiu-se, na segunda fase, o realojamento de 321 famílias em casas já construídas.

A terceira fase envolve a construção de blocos residenciais para realojamento dos restantes 853 agregados familiares, nas duas Ilhas, grande parte em bairros informais. Serão construídas 256 casas na Boa Vista e 597 no Sal.

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