Mais de 90% dos alunos que têm vaga da Associação Maense em Portugal tiveram o visto recusado.


A Associação Maense em Portugal (AMP)  diz estar indignada com a Embaixada lusa na cidade da Praia, pela forma como tem lidado com os processos de atribuição de vistos para os estudantes. Não concorda com a “recusa excessiva” de vistos, com as justificativas de insuficiência de meios de subsistência e riscos de imigração.


Refira-se que a AMP tem, nos últimos anos, conseguido, através de protocolos com instituições de ensino portugueses, vagas para alunos naturais do Maio e de outras ilhas de Cabo Verde.  Entretanto em conversas com o Jornal A Nação, o seu presidente, Carlos Frederico, começa por dizer que estão revoltados com o não cumprimento dos prazos estipulados pela Embaixada para responder sobre a decisão  dos respectivos processos.


Além disso, a revolta gira em torno da “recusa excessiva (esmagadora maioria) de vistos, alegando insuficiência de meios de subsistência (financeiros) e a justificativa de riscos de imigração”.


Valor mínimo de subsistência “exagerado”


O principal motivo para recusa de visto prende-se, segundo a embaixada, com a incapacidade de os candidatos comprovarem que possuem rendimentos mensais equivalentes ao ordenado mínimo nacional (557 euros) para conseguirem manter-se em Portugal.


Sobre isto, Carlos Frederico diz que esse referencial foi feito com base no custo de vida dos grandes centros urbanos, como, Lisboa e Porto que em nada tem a ver com a realidade de cidades como Guarda, Beja, Castelo Branco, Barcelos, Bragança, Santarém, Viana do Castelo, entre outras, cujo valor total das despesas, incluindo o alojamento, a alimentação e as propinas, não ultrapassa os 350 euros mensais.


“Causa-nos estranheza a recusa de vistos com o argumento de insuficiência económica em casos de jovens que vêm para cursos profissionais onde as escolas assumem toda responsabilidade com o alojamento, alimentação e as propinas, os pais e encarregados de educação, praticamente não têm nenhum encargo com os seus respectivos educandos”, diz o responsável associativo.


Apenas 21 vistos concedidos


Frederico diz ainda lamentar que mais de 90% dos alunos que têm vaga da AMP tiveram o visto recusado.  “Nós sabemos que existem regras e temos a noção de que nem todos os nosso inscrito conseguiriam visto. Mas, ao menos que dessem um esclarecimento aos nossos estudantes no devido tempo porque o mereciam”, afirma.


Chegada tardia e consequências


Carlos Frederico está também preocupado com o facto de estarem a chegar  alunos tardiamente em Portugal, por causa da demora na obtenção de vistos. “Terão, com certeza, problemas no acompanhamento das matérias. As aulas já começaram à um mês e aproxima-se vertiginosamente para a época dos testes. Só mesmo um esforço redobrado e muita força de vontade para conseguirem um resultado satisfatório no primeiro Semestre”, diz este responsável associativo, para quem a chegada tardia a Portugal destes estudantes causará dificuldades no acompanhamento das matérias.


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