Praienses indignados por ficarem sem vacinar, responsável pede calma da população

Em declarações à Infrpress, o cidadão MiKi Munhã avançou que tem estado a tentar vacinar contra a covid-19 há já algum tempo, só que não tem conseguido devido ao trabalho e a forma como tem sido conduzido o processo de vacinação na Praia.

“Trabalho por conta própria, e sempre que venho vacinar tem uma desculpa tipo: é o dia de tropa vacinar e, hoje vim de novo, é dia de polícia vacinar, sabendo que polícia e tropa têm quartel onde eles podiam vacinar e aqui ficava só para a população”, disse, tendo alguns cidadãos avançado que tiveram que faltar ao trabalho para poderem ir tentar vacinar.

Munhã adiantou ainda que o dia de hoje ficou perdido, porque nem sequer avisaram as pessoas sobre a vacinação dos agentes da polícia, já que os números foram distribuídos de madrugada e ficaram à espera, tendo o comunicado ter sido feito muito depois.

“Estão a trabalhar muito mal na vacinação. As pessoas estão a correr risco de serem assaltadas ao levantar cedo para conseguir número. Tudo em vão, porque chegando aqui não há vacina para a população”, sustentou, apelando às autoridades a melhorarem o sistema de vacinação.

Por sua vez, Rizia Paula Delgado explicou à Inforpress, com lágrimas nos olhos, que ainda não tinha aderido à vacinação, porque foi infectada pela covid-19, pelo que deveria aguardar conforme as recomendações das autoridades da saúde.

Conforme relatou, há alguns dias que tem estado a tentar vacinar só que nunca encontra número que está sempre esgotado.

“E hoje acordei o meu filho por volta das 4:00 da manhã para apanhar número em Ponta D’Agua ele não encontrou porque já estavam esgotados, então ele veio procurar no Bairro Craveiro Lopes e conseguiu o número 50. Agora a enfermeira veio nos dizer que hoje não atendem a população, porque é só polícia e tropa que estão a vacinar”, narrou.

Rizia Delgado partilha da mesma opinião de que os policiais e tropas deveriam ser vacinados nos quartéis, tendo asseverado que os enfermeiros mandaram até as pessoas idosas regressarem à casa sem vacinar, e questionou onde está a prioridade.

Apelou, igualmente, as autoridades a melhorar as condições de vacinação, uma vez que, observou, as pessoas não podem estar a levantar cedo para vacinar e ficar “à deriva”.

Contacatada pela Inforpress, a coordenadora Nacional de Vacinação, Ivanilda Santos, explicou que as pessoas no Bairro Craveiro Lopes têm estado a “criar os seus próprios números, distribuindo para marcar lugar”, no entanto, quando só existe um número que é do centro de Saúde distribuído pelos militares à porta.

Prosseguiu esta responsável, antes da vacinação dos agentes da polícia foi colocado um aviso prévio que não tinha vacinação para o público em geral, porque os policiais iriam receber a segunda dose da vacina.

“As pessoas não estão a entender, e sabemos que há muita pressão, por isso as pessoas devem ter calma, porque passamos muito tempo sem vacinar nesta dimensão já que não estavam a aderir à vacinação (…)”.

No momento, informou a coordenadora, há sete postos de vacinação na Cidade da Praia e não há ainda previsão para alargamentos de mais postos de vacinação, tendo solicitado a população a ter “calma”.

A Semana com Inforpress

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