Manifestantes voltam às ruas para pedir ao Governo pagamento de indemnizações devidas - Boa Vista
O protesto teve início no centro da cidade de Sal Rei, tendo os manifestantes, à semelhança do último protesto em Janeiro deste ano, percorrido ao final da tarde algumas ruas, reivindicando o pagamento do dinheiro das indemnizações por expropriações dos terrenos que dizem aguardar há cerca de 27 anos.
“Saímos à rua para procurar o nosso direito, porque já tem anos que não recebemos a indemnização devida. Os meus avós morreram sem receber os direitos dos terrenos que eram os seus patrimónios, os meus pais também já faleceram sem esse direito”, disse Afrósina Barros, uma das manifestantes.
Conforme a mesma fonte, que representa os seus irmãos e primos, sempre tiveram a promessa feita pelos sucessivos governos, em todas as campanhas eleitorais, assumindo o compromisso de efectuar os devidos pagamentos, mas que nunca cumpriram.
Para a manifestante, esta é uma forma encontrada para mostrar os seus descontentamentos, uma vez que passados 27 anos de espera, já não confiam em nenhum Governo que às vezes os acodem para falar sobre o assunto, outras vezes nem por isso.
“Na altura das campanhas, o Governo procura todos para ajudar, mas nós nunca nos procuraram. Além do mais, não se trata de nos dar ajuda, mas sim nos dar o que é nosso por direito”, reivindicou.
Já a manifestante Marlene Lima considera que ser “troça e massacre” por parte do Governo o facto de estarem à espera de uma indemnização há 27 anos.
“O ministro Olavo correia e Silva disse que havia dinheiro que não acabava, então já está na hora de nos dar o que é nosso. Isto já é abuso. Tem sempre a mesma desculpa e agora com o lema de que não há dinheiro. Os terrenos são nossos e não deles”, disse, reiterando que é tempo do Governo efectuar o pagamento da desapropriação dos terrenos.
Marlene Lima lamentou o facto de não conseguirem efectuar as medições nos terrenos, sendo que a maioria das hortas estão situadas para lá da linha da localização dos hotéis, no litoral da praia de Chaves, onde foi construído o aeroporto internacional Aristides Pereira, além dos terrenos localizados nas Zonas de Desenvolvimento Turístico Industrial (ZDTI).
Os manifestantes afirmam que, apesar terem sido poucos a sair hoje às ruas em protesto, o número dos que aguardam as indemnizações é bem maior, abrangendo famílias da zona de Rabil e de Estância de Baixo.
Os manifestantes prometem que na próxima acção de rua vão bloquear o aeroporto internacional Aristides Pereira. A Semana com Inforpress